A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões no segundo trimestre de 2025, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior, conforme balanço divulgado na noite de quinta-feira (7) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O resultado superou a expectativa média dos analistas consultados pela Bloomberg, que apontavam para um lucro de R$ 21,83 bilhões.
Considerando o critério sem eventos exclusivos, o lucro líquido da companhia foi de R$ 23,3 bilhões entre abril e junho, o que representa uma queda de 17,2% na comparação anual. O impacto positivo de R$ 5,2 bilhões desses eventos inclui variações cambiais e despesas relacionadas a um acordo sobre o campo de Jubarte.
A empresa também aprovou o pagamento de R$ 8,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referentes ao segundo trimestre.
O Ebitda ajustado ficou em R$ 52,26 bilhões, abaixo da expectativa dos analistas, que era de R$ 56,94 bilhões, mas representou um crescimento de 5,1% na comparação anual. Sem considerar eventos exclusivos, o Ebitda ajustado caiu 7,1% frente ao mesmo período do ano passado, para R$ 57,9 bilhões.
A receita de vendas somou R$ 119,1 bilhões entre abril e junho, 2,6% menor que no segundo trimestre de 2024, embora tenha superado a previsão média do mercado, que era de R$ 114,6 bilhões. A Petrobras destacou que, apesar da queda no preço do petróleo Brent, o aumento da produção de óleo e líquido de gás natural (LGN) ajudou a mitigar o impacto na receita.
No período, o preço médio do Brent foi de US$ 67,82 por barril, inferior aos US$ 84,84 do mesmo trimestre do ano passado.
O CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, afirmou que o bom desempenho operacional se deve à implementação de novos sistemas de produção e ao aumento da eficiência nos campos em operação, o que possibilitou maior volume de extração e contribuiu para os resultados financeiros, reduzindo o efeito da queda no preço do Brent.
Em investimentos, a companhia aplicou US$ 3,7 bilhões no segmento de exploração e produção, com foco em áreas como o polo pré-sal da Bacia de Santos, além do pré e pós-sal da Bacia de Campos. No total, os investimentos no trimestre somaram US$ 4,3 bilhões, um aumento de 30,6% em relação ao ano anterior.
A dívida bruta da Petrobras ao final de junho foi de US$ 68 bilhões, contra US$ 59,6 bilhões no mesmo período de 2024, enquanto a dívida líquida atingiu US$ 58,5 bilhões, ante US$ 46,1 bilhões um ano antes. O crescimento da dívida foi atribuído às captações feitas durante o trimestre e ao início da operação da plataforma FPSO Alexandre de Gusmão (Mero 4).
Com esses números, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado ficou em 1,53 vez em 30 de junho deste ano.