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Acidente
09/08/2025 06:00:00

EUA emitem advertência a Alexandre de Moraes e aliados; Itamaraty reage

EUA emitem advertência a Alexandre de Moraes e aliados; Itamaraty reage

A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos se aprofundou após a Embaixada norte-americana em Brasília publicar, em português, uma mensagem nas redes sociais acusando o ministro do STF Alexandre de Moraes de ser “o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores” e de cometer “flagrantes violações de direitos humanos”.

O comunicado afirma que Moraes foi sancionado pelo governo Trump com base na Lei Global Magnitsky e adverte que integrantes do Judiciário e de outras áreas “estão avisados para não apoiar nem facilitar” suas ações, alertando que Washington “monitora a situação de perto”.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores convocou nesta sexta-feira (8) o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, para uma reunião em Brasília — gesto considerado grave nas relações internacionais. A Embaixada confirmou o encontro, mas não revelou o conteúdo das conversas.

Dias antes, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental já havia criticado Moraes, afirmando que ele “continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição” e pedindo que Jair Bolsonaro possa se manifestar publicamente.

As declarações acontecem após Moraes decretar, em 5 de agosto, prisão domiciliar contra Bolsonaro por violar medidas cautelares impostas em julho no processo sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo o ministro, o ex-presidente continuou se comunicando com o público por meio de aliados e familiares, incluindo a divulgação de vídeos e áudios durante atos no dia 4 de agosto.

A prisão prevê:

  • Cumprimento integral no endereço residencial;

  • Proibição de uso de celular direta ou indiretamente;

  • Restrição de visitas apenas a advogados e pessoas autorizadas pelo STF, sem uso de celulares ou registros;

  • Manutenção de proibições anteriores, como contato com diplomatas, acesso a embaixadas e comunicação com outros investigados.

Moraes também determinou busca e apreensão de celulares que estivessem com Bolsonaro para assegurar o cumprimento das medidas.

Esse episódio marca um dos pontos mais tensos na relação Brasil–EUA nos últimos anos, misturando disputa política interna com repercussões diplomáticas internacionais.