Morte de bebê em Maceió é investigada por suspeita de meningite

A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) investiga a morte de um bebê de oito meses, ocorrida na madrugada desta quinta-feira (7) no Hospital da Criança de Alagoas, em Maceió, com suspeita de meningite. O material biológico foi coletado e encaminhado para análise laboratorial, com resultado previsto para a próxima semana.

Segundo a Sesau, a Secretaria Municipal de Saúde foi acionada para investigar o caso e realizar a quimioprofilaxia nos contatos próximos da criança. Em nota, o órgão reforçou a importância de manter em dia o cartão de vacinação contra a meningite, doença infectocontagiosa que pode causar sequelas graves e levar à morte. O bebê era morador do bairro do Jacintinho.

Em Alagoas, até a primeira quinzena de junho deste ano, foram confirmados sete casos de meningite: quatro do tipo B, um do tipo W e dois sem identificação de sorotipo. Dois óbitos foram registrados, nos municípios de Campo Alegre e Maceió.

O estado enfrentou, em 2023, um surto de meningite meningocócica do tipo B, com diversas mortes, principalmente entre crianças. Naquele ano, Alagoas teve a maior taxa de incidência do país em menores de cinco anos, o que levou o Ministério Público Federal a instaurar um inquérito para avaliar as políticas públicas adotadas. Em 2024, foram registrados 21 casos da doença, sendo 16 do tipo B, com oito mortes confirmadas.

Na semana passada, o Ministério da Saúde abriu consulta pública para avaliar a inclusão da vacina contra o meningococo do tipo B no Sistema Único de Saúde. A iniciativa, lançada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), ficará disponível por 20 dias no portal Participa + Brasil. Atualmente, essa vacina não faz parte do calendário infantil do SUS, embora seja recomendada por sociedades médicas e oferecida na rede privada.

A meningite meningocócica é uma doença grave, de evolução rápida, que pode matar em poucas horas. Entre os sobreviventes, há alto risco de sequelas permanentes, como surdez, amputações e danos neurológicos. No SUS, estão disponíveis apenas vacinas contra os sorogrupos A, C, W e Y.