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Acidente
08/08/2025 04:00:00

Netanyahu quer assumir controle total da Faixa de Gaza

Netanyahu quer assumir controle total da Faixa de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (7) que pretende que o país assuma o controle militar de toda a Faixa de Gaza. A proposta, segundo ele, tem como objetivo derrotar o Hamas e posteriormente transferir a administração do território para forças árabes que não defendam a destruição de Israel.

Em entrevista à Fox News, Netanyahu afirmou que a prioridade é eliminar o grupo palestino responsável pelo ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e levou 251 reféns para Gaza. Após o domínio militar, o território seria entregue a um governo civil sem ligação com o Hamas.

A proposta seria apresentada ao gabinete de segurança ainda nesta quinta, mas não havia confirmação sobre uma decisão imediata. Parte da liderança das Forças de Defesa de Israel (FDI) se opõe à ampliação da ofensiva, argumentando que isso aumentaria o risco de mortes entre militares, reduziria as chances de resgatar reféns vivos e agravaria a crise humanitária. O chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, defende manter bloqueios e realizar incursões e ataques aéreos pontuais.

Apesar da pressão internacional por um cessar-fogo, Netanyahu enfrenta cobranças internas de aliados de extrema direita para ampliar a campanha militar. Ministros como Bezalel Smotrich e Israel Katz defendem o controle total de Gaza e até a reinstalação de assentamentos israelenses, retirados há duas décadas.

Atualmente, Israel afirma controlar 75% do território, onde vivem cerca de 2 milhões de palestinos. A guerra, que já dura quase dois anos, provocou múltiplos deslocamentos internos e deixou a população sob risco constante de fome. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao Hamas, quase 200 palestinos já morreram de inanição desde o início do conflito, metade deles crianças.

O Fórum das Famílias dos Reféns e parentes de sequestrados pressionam para que o governo aceite um acordo que permita o fim da guerra e a libertação dos cerca de 50 reféns que ainda permanecem em Gaza, dos quais 20 estariam vivos. Negociações anteriores fracassaram em julho, e vídeos recentes de reféns em condições críticas geraram comoção internacional.

Desde o início da ofensiva israelense, mais de 61 mil palestinos morreram, segundo autoridades de Gaza, incluindo 98 apenas nas últimas 24 horas. A ONU classificou como “profundamente alarmantes” as notícias sobre uma possível ampliação da operação militar israelense no enclave.