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Guerra
07/08/2025 12:00:00

“Gaza, minha casa”: correspondente da ONU News relata os horrores do conflito

“Gaza, minha casa”: correspondente da ONU News relata os horrores do conflito

Há cerca de 21 meses, o conflito entre israelenses e palestinos se intensificou com os ataques de 7 de outubro de 2023, deixando milhares de mortos e devastando grande parte de Gaza. Mesmo diante dessa tragédia, a vida segue na região, segundo relato de um correspondente da ONU News que permanece anônimo por questões de segurança.

Os moradores de Gaza vivem em meio a um cenário de constante medo e escuridão. Ataques aéreos incessantes e a escuridão absoluta durante a noite tornam a sobrevivência diária um desafio. O correspondente, que é também pai, compartilha a difícil realidade de sua família, que desde novembro de 2023 vive em uma tenda após a destruição da casa, enfrentando condições precárias e a luta por recursos básicos como água e comida.

Seu filho mais velho, com menos de 14 anos, precisou assumir responsabilidades adultas para ajudar na sobrevivência da família, enquanto suas filhas tentam continuar estudando online mesmo com a internet intermitente. O correspondente ressalta a perda da infância e o futuro ameaçado para mais de 625 mil crianças que ficaram sem acesso à educação devido à destruição das escolas e à falta de segurança.

Jornalistas como ele percorrem hospitais, ruas e abrigos para documentar o sofrimento da população e dar voz aos silenciados. Entre cenas de desnutrição e desespero, pessoas lutam por um pedaço de pão, correndo riscos para conseguir ajuda alimentar. A insegurança e o medo são constantes, e a tensão faz parte do cotidiano dos sobreviventes.

A ajuda humanitária é insuficiente e irregular, com travessias que se abrem e fecham abruptamente, deixando áreas inteiras sem suprimentos por dias. O colapso do sistema de saúde é grave, com 85% dos hospitais de Gaza fora de operação e falta de medicamentos essenciais, o que agrava o sofrimento de pacientes com doenças crônicas e feridos de guerra.

O correspondente relata a divisão entre seu papel de jornalista e sua condição humana diante da tragédia que vive, reforçando a importância de documentar essas histórias para que o mundo conheça a realidade diária em Gaza. Perguntas como “Sobreviveremos?”, “Nossos filhos voltarão da busca por água?” e “A guerra vai acabar?” permanecem sem respostas.

Apesar das dificuldades, ele reafirma seu compromisso de continuar narrando a situação, para que as vozes das crianças, mulheres e homens de Gaza sejam ouvidas.

Ele conclui: “Sou jornalista. Sou pai. Estou deslocado. E sou testemunha de tudo.”