Tarcísio pede autorização a Moraes para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enviou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (7), em Brasília, onde ele cumpre prisão domiciliar. No documento, Tarcísio se apresenta como “correligionário e amigo” de Bolsonaro e afirma que há razões “político-institucionais” e “humanitárias” que justificam o encontro.

Na petição, o governador paulista se compromete a cumprir todas as determinações judiciais para a visita. Em resposta, Moraes solicitou que a defesa de Bolsonaro informe se ele deseja receber a visita, além de outros cinco pedidos semelhantes, incluindo o da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e do deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).

Tarcísio tem mantido contato frequente com Bolsonaro por ligações e mensagens, mas o ex-presidente está proibido de usar telefone celular desde que foi decretada sua prisão domiciliar na última segunda-feira (4), por descumprimento de medidas cautelares.

Nesta quarta-feira, Moraes autorizou que Bolsonaro receba visitas de seus filhos, cunhadas e netos. Até agora, além deles, apenas o senador Ciro Nogueira (PP-PI) teve a visita aprovada.

Logo após a decisão do STF, Tarcísio se manifestou nas redes sociais criticando a medida. No vídeo publicado na segunda-feira, classificou a prisão como “absurda” e afirmou que Bolsonaro foi “julgado e condenado muito antes de tudo isso começar”. Ele ainda questionou se é válido “acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la”.

Dentro do bolsonarismo, há a percepção de que Tarcísio adota um tom mais moderado em relação ao STF para não romper completamente com o Judiciário, ao mesmo tempo em que busca manter apoio da base bolsonarista. Ele é considerado um dos principais canais de interlocução entre Bolsonaro e o Supremo, especialmente com Alexandre de Moraes.

Entretanto, essa postura mais cautelosa tem sido alvo de críticas por parte de apoiadores mais radicais do ex-presidente, como o pastor Silas Malafaia, que reprova o fato de Tarcísio não mencionar diretamente Moraes ou o STF em suas declarações públicas.