Moraes autoriza visitas de filhos a Bolsonaro durante prisão domiciliar

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou que filhos, netos, netas e cunhadas possam visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar. A decisão foi assinada na manhã desta quarta-feira, 6 de agosto.

Segundo o despacho, os familiares do ex-presidente estão liberados para realizar visitas sem a necessidade de aviso prévio. No entanto, Moraes manteve a exigência de que todas as medidas restritivas sejam cumpridas, como a proibição do uso de celulares e a realização de gravações em vídeo. Essas condições já haviam sido definidas em decisão anterior, no dia 4 de agosto.

Outros pedidos de visitas, especialmente de aliados políticos, precisarão ser protocolados junto ao STF e analisados individualmente. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi o primeiro a visitar Bolsonaro. Outros parlamentares e apoiadores também encaminharam solicitações que ainda aguardam parecer do relator.

A prisão domiciliar foi determinada após a divulgação de um vídeo em que o ex-presidente aparece discursando durante uma manifestação, descumprindo medidas cautelares impostas anteriormente. O registro foi feito por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e publicado nas redes sociais, sendo posteriormente removido.

O vídeo foi gravado durante manifestações realizadas no último fim de semana em várias capitais, incluindo Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Durante o ato em Copacabana, Flávio ligou para o pai, que falou aos apoiadores: “Obrigado a todos. É pela nossa liberdade. Pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos”.

A Polícia Federal (PF) iniciou na noite de segunda-feira, 4 de agosto, a análise do novo aparelho celular de Bolsonaro, apreendido quando ele chegava à sua residência no Jardim Botânico, em Brasília. A investigação, conduzida por delegados da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), busca apurar se o ex-presidente teve participação na publicação feita por Flávio Bolsonaro.

O aparelho apreendido, um Samsung Galaxy S24, será periciado para avaliar se houve tentativa de interferência ou obstrução das investigações. Caso isso seja confirmado, Flávio poderá ser responsabilizado criminalmente.

Este é o segundo telefone celular confiscado com o ex-presidente. O primeiro foi apreendido em 18 de julho, quando ele passou a cumprir medidas como o uso de tornozeleira eletrônica. Agora, com a nova decisão de Moraes, além das restrições anteriores, Bolsonaro também está proibido de utilizar qualquer celular, seja direta ou indiretamente.