Senador Marcos do Val coloca tornozeleira eletrônica após retornar dos Estados Unidos

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica ao desembarcar em Brasília nesta segunda-feira (4), após retornar de uma viagem aos Estados Unidos. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como consequência do descumprimento de ordens judiciais anteriores.

O parlamentar foi conduzido ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde o equipamento foi instalado. A tornozeleira restringe a circulação de Do Val, que agora está proibido de sair de casa entre 19h e 6h nos dias úteis e de circular livremente em feriados, finais de semana e folgas.

A decisão de Moraes ocorre após o senador utilizar seu passaporte diplomático para passar férias com a família na Disney, nos Estados Unidos, desrespeitando a determinação do STF que havia ordenado o recolhimento do documento. Embora o ministro tenha solicitado o cancelamento e devolução dos passaportes, Do Val ignorou a ordem e deixou o país.

Em nota, a defesa do senador declarou que ele “sequer é réu ou foi condenado em qualquer processo” e que as medidas cautelares impostas “impedem o pleno exercício do seu mandato”. Os advogados afirmaram ainda que irão adotar as medidas jurídicas cabíveis para garantir os direitos do parlamentar, ressaltando sua confiança nas instituições democráticas e no devido processo legal.

Marcos do Val é senador pelo Espírito Santo desde 2018, eleito com mais de 860 mil votos pelo antigo PPS, hoje Cidadania. Antes da vida política, atuou no Exército e afirma ter prestado serviços como instrutor da Swat, unidade tática da polícia dos Estados Unidos.

O parlamentar é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento em atos de intimidação a delegados da Polícia Federal, além de suposta participação em ataques contra o ministro do STF Flávio Dino, com quem travou embates públicos desde o período em que Dino ocupava o Ministério da Justiça.

Embora não tenha sido decretada prisão, Marcos do Val está submetido a uma série de medidas cautelares, que incluem a proibição do uso de redes sociais, o bloqueio de bens, cartões de crédito, chaves Pix, veículos e verbas do gabinete, além da restrição de movimentação imposta pela tornozeleira eletrônica.