Um vulcão entrou em atividade pela primeira vez em cerca de cinco séculos na península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia. A erupção foi registrada neste domingo, poucos dias depois de um terremoto de magnitude 8,8 atingir a mesma região. O fenômeno envolveu o vulcão Krasheninnikov, que, segundo o Programa Global de Vulcanismo do Instituto Smithsonian dos Estados Unidos, havia registrado sua última erupção em 1550.
De acordo com Olga Girina, chefe da Equipe de Resposta a Erupções Vulcânicas de Kamchatka, a mais recente emissão de lava do Krasheninnikov ocorreu no início do século 16. Imagens veiculadas por meios estatais russos mostram uma densa coluna de cinzas sendo expelida do vulcão. Conforme o Ministério de Situações de Emergência da Rússia, a nuvem de cinzas alcançou seis mil metros de altitude e se deslocou para o leste, na direção do Oceano Pacífico. Até o momento, não houve registro de queda de cinzas em áreas habitadas.
O nível de alerta para aviação foi elevado para a categoria laranja, o que indica risco para voos na região.
Na quarta-feira anterior, o vulcão Klyuchevskoy, considerado o mais ativo da Ásia, também entrou em erupção. Cientistas russos suspeitam que ambas as atividades vulcânicas estejam ligadas ao terremoto de grande magnitude que abalou a região. Esse tremor, o mais intenso desde 2011, gerou alertas de tsunami em diversos países banhados pelo Pacífico, levando à retirada de milhões de pessoas das áreas costeiras da Rússia, Japão, Estados Unidos e América Latina. Na Rússia, as ondas causaram inundações no porto de Severo-Kurilsk e atingiram uma fábrica de processamento de peixes.
Kamchatka está situada no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma zona geologicamente instável que concentra cerca de 450 vulcões e responde por 90% dos terremotos do planeta.
Neste domingo, um novo alerta de tsunami foi emitido após um abalo sísmico de magnitude 7,0 atingir as Ilhas Curilas, próximas à península. O governo russo informou que a altura das ondas previstas era baixa, mas orientou os moradores a se afastarem da costa por precaução. Pouco depois, o Sistema de Alerta de Tsunamis do Pacífico descartou riscos adicionais relacionados ao novo tremor.