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Leitura de Domingo
03/08/2025 10:00:00

Diabetes e rins: cuidados que evitam a progressão para doença renal crônica

Diabetes e rins: cuidados que evitam a progressão para doença renal crônica

Manter o diabetes sob controle é fundamental para preservar a saúde dos rins e prevenir complicações mais sérias ao longo do tempo. A relação entre diabetes e problemas renais é estreita e preocupante: estima-se que quatro em cada dez pessoas com diabetes desenvolvam algum grau de doença renal crônica (DRC). No Brasil, aproximadamente 32% dos pacientes que fazem diálise sofrem de falência renal causada pelo diabetes, número que pode ser ainda mais alto em certas regiões.

A nefropatia diabética é uma complicação frequente tanto no diabetes tipo 1 quanto no tipo 2. O excesso de glicose no sangue, quando mal controlado, agride os vasos sanguíneos dos rins, responsáveis por filtrar impurezas. A hipertensão arterial, comum em pessoas com diabetes, contribui para acelerar esse dano.

O grande desafio é que a perda da função renal costuma ocorrer de forma lenta e sem sintomas. Em muitos casos, o paciente só descobre o problema quando ele já está em estágio avançado, exigindo tratamentos como a diálise. Por isso, exames de sangue e urina feitos com regularidade são a única forma de identificar a doença renal ainda em seus estágios iniciais.

O diagnóstico geralmente se baseia na presença de proteínas na urina (albuminúria) e na avaliação da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe). Embora essa combinação seja amplamente utilizada, estudos indicam que em alguns casos a função renal pode cair mesmo sem alterações na albuminúria, o que reforça a importância de um acompanhamento constante.

A boa notícia é que há maneiras eficazes de prevenir ou retardar o avanço da lesão renal causada pelo diabetes. Controlar rigorosamente a glicemia, mantendo a hemoglobina glicada (HbA1c) abaixo de 7% conforme orientação médica, é essencial. Medicamentos como empagliflozina e dapagliflozina, da classe dos inibidores de SGLT2, têm demonstrado benefícios tanto para os rins quanto para o coração. Além disso, o controle da pressão arterial deve ser feito preferencialmente com remédios que atuam no sistema renina-angiotensina, como losartana ou enalapril, especialmente em casos com presença de proteína na urina.

Novas terapias também têm mostrado resultados promissores. A finerenona, um antagonista não esteroidal do receptor mineralocorticoide, demonstrou reduzir a eliminação de proteínas pela urina e retardar a progressão da insuficiência renal.

Mudanças no estilo de vida também fazem diferença. Reduzir o sal na alimentação, limitar a ingestão de proteínas, praticar exercícios físicos com regularidade, abandonar o cigarro e manter o colesterol e o peso sob controle são medidas que fortalecem a proteção renal.

Mesmo sem sintomas aparentes, quem tem diabetes deve avaliar a saúde dos rins pelo menos uma vez ao ano. A prevenção e o controle dos fatores de risco continuam sendo as melhores formas de evitar complicações sérias e preservar a qualidade de vida.