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Guerra
03/08/2025 00:00:00

Disparos voltam a matar palestinos que esperavam ajuda em Gaza

Disparos voltam a matar palestinos que esperavam ajuda em Gaza

Forças israelenses abriram fogo neste sábado perto de dois centros de distribuição de alimentos mantidos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), deixando pelo menos dez mortos, de acordo com informações das autoridades de saúde do território. O incidente ocorreu um dia após a visita do enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, a uma dessas instalações. A morte dessas pessoas se soma aos 859 palestinos que, segundo relatório da ONU publicado na quinta-feira, foram mortos em áreas próximas aos pontos da GHF desde o final de maio.

Outras 19 pessoas morreram baleadas enquanto se aproximavam da passagem de Zikim, também em busca de ajuda humanitária, informou Fares Awad, chefe dos serviços de emergência e ambulância do Ministério da Saúde de Gaza. Uma testemunha relatou à agência AP que militares israelenses abriram fogo contra a multidão, atingindo dois homens e uma mulher enquanto tentavam escapar.

O Exército de Israel alegou desconhecer qualquer disparo feito por suas tropas nessas áreas. Já a GHF afirmou que nenhum incidente ocorreu em seus centros e que seus contratados usaram apenas spray de pimenta ou tiros de advertência para conter a aglomeração.

Witkoff encontra famílias de reféns em Israel

Enquanto os disparos ocorriam, Steve Witkoff participava de uma reunião com familiares de reféns israelenses, uma semana após os Estados Unidos se retirarem das negociações por um cessar-fogo. Segundo gravação obtida pela Reuters, Witkoff declarou que os EUA estão elaborando um plano para a reconstrução de Gaza, o que equivaleria ao encerramento da guerra. Ele também afirmou que o Hamas estaria disposto a entregar as armas para alcançar a paz. O grupo palestino, no entanto, reagiu dizendo que não abrirá mão da "resistência armada" enquanto não for criado um Estado palestino soberano com Jerusalém como capital.

No mesmo dia, o Hamas divulgou um vídeo mostrando o refém israelense Evyatar David, em estado visivelmente debilitado, cavando o que descreve como sua própria sepultura. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, condenou as imagens, acusando o grupo de "abuso sádico" contra os sequestrados, incluindo privação de comida.

Fome avança apesar de ajuda limitada

Quase uma semana após o anúncio de pausas humanitárias por parte de Israel, que incluiu lançamentos aéreos de mantimentos, o governo alemão avaliou que o envio de ajuda humanitária a Gaza permanece "muito insuficiente". O porta-voz Stefan Kornelius afirmou que, apesar de alguns avanços, a entrega ainda não atende às necessidades da população, e Israel segue responsável por garantir que os suprimentos cheguem completamente.

A ONU também alertou que o volume atual de ajuda está muito abaixo dos 500 a 600 caminhões diários necessários. Nas últimas semanas, dezenas de palestinos morreram de fome, sendo sete nas últimas 24 horas.

Bombardeios seguem na Faixa de Gaza

O chefe do Exército de Israel, Eyal Zamir, afirmou que os combates prosseguirão sem interrupções enquanto os reféns não forem libertados. Neste sábado, o Hospital Nasser recebeu cinco corpos, vítimas de ataques israelenses contra barracas que abrigavam deslocados no sul do território.

Segundo o Ministério da Saúde local, um bombardeio atingiu uma residência entre Zawaida e Deir al-Balah, matando um casal e seus três filhos. Outro ataque matou uma mulher e sua filha em uma tenda na região de Khan Younis.