Execuções no Irã mais do que dobram em relação a 2024, alerta ONU

O Escritório de Direitos Humanos da ONU revelou nesta segunda-feira (28) que o número de execuções realizadas pelo Irã em 2025 ultrapassou 600 apenas no primeiro semestre, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas ao menos 297 penas de morte. Segundo o alto comissário Volker Turk, a situação no país se tornou profundamente alarmante, motivando um apelo urgente por uma moratória imediata sobre o uso da pena capital.

Entre os 612 casos registrados até agora, mais de 40% envolvem condenações por crimes relacionados ao tráfico ou posse de drogas. Outros foram sentenciados com base em acusações amplas, como “inimizade contra Deus” e “corrupção na Terra” — expressões frequentemente utilizadas pelo governo iraniano para reprimir manifestações de oposição e silenciar críticos do regime.

A ONU destacou ainda que diversos julgamentos ocorreram a portas fechadas, desrespeitando os princípios do devido processo legal e impedindo o direito a um julgamento justo. Segundo o relatório, as minorias no Irã são afetadas de maneira desproporcional e, atualmente, pelo menos 48 pessoas aguardam execução, sendo que 12 estariam em risco iminente.

Volker Turk reforçou que o aumento das execuções expõe a gravidade do cenário de violações dos direitos humanos no país e insistiu para que o governo iraniano interrompa imediatamente a aplicação da pena de morte.