Brasil deixa novamente o Mapa da Fome após retorno em 2022

O Brasil voltou a sair do Mapa da Fome, conforme revelou um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU). O levantamento, que cobre os anos de 2022, 2023 e 2024, indica que menos de 2,5% da população brasileira está em situação de subnutrição, o que retira o país da classificação de insegurança alimentar grave.

O anúncio foi feito durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), realizada em Adis Abeba, na Etiópia. A saída do Brasil da lista foi celebrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou em suas redes sociais que o feito representa uma conquista importante, alcançada por meio de políticas públicas consistentes e voltadas para a população.

Apesar da melhora nos indicadores, ainda existem cerca de 7 milhões de brasileiros enfrentando insegurança alimentar severa, enquanto outros 28,5 milhões vivem em condições moderadas ou graves de insegurança alimentar.

O Mapa da Fome é um índice global da FAO que lista os países onde mais de 2,5% da população sofrem com subalimentação crônica. O Brasil já havia deixado essa classificação anteriormente, mas voltou a figurar na lista em 2022, com base nos dados do período de 2018 a 2020.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que a saída do Mapa da Fome era uma das principais metas do governo Lula ao início do atual mandato, em janeiro de 2023. A expectativa era alcançar esse objetivo até o fim de 2026, mas a meta foi atingida em dois anos, impulsionada pelo Plano Brasil Sem Fome e outras ações governamentais.

Segundo Dias, o resultado mostra que é possível vencer a fome com trabalho duro e políticas públicas fortes. Ele ainda destacou que não existe soberania sem segurança alimentar e que a justiça social está ligada diretamente à democracia.

Para avaliar a segurança alimentar, a FAO utiliza principalmente o indicador chamado Prevalência de Subnutrição (PoU), que mede o percentual da população em risco de subnutrição em cada país. Esse índice leva em consideração três variáveis: a disponibilidade de alimentos no país (produção, importação e exportação), o acesso aos alimentos pela população (considerando a renda) e a ingestão mínima de calorias por dia necessária para um indivíduo médio da população.