Pelo menos 43 pessoas foram assassinadas neste domingo durante um ataque a uma igreja católica na cidade de Komanda, no nordeste da República Democrática do Congo. O crime foi cometido por membros das Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde com vínculos com o Estado Islâmico. Entre os mortos, estão nove crianças, segundo informações divulgadas pela Missão de Estabilização das Nações Unidas no país (Monusco).
De acordo com a vice-chefe da missão da ONU, os rebeldes invadiram o templo durante um momento de oração e atacaram os fiéis com armas brancas. "A maioria das vítimas teria sido esfaqueada num local de culto. Várias pessoas foram raptadas. Casas e lojas também foram incendiadas, agravando uma situação humanitária já extremamente preocupante", declarou em comunicado. Ela acrescentou que ataques como esse, direcionados a civis desarmados e realizados em locais religiosos, são "revoltantes e violam normas básicas de direitos humanos e do direito humanitário internacional".
O Exército do Congo qualificou a ação como um "massacre em larga escala" e afirmou que o grupo decidiu se vingar da população civil indefesa para disseminar o medo. O ataque encerra um período de relativa calmaria na província de Ituri, localizada na fronteira com Uganda. Em fevereiro, outro atentado semelhante no território de Mambasa deixou 23 mortos.
A região leste do país é considerada uma das mais violentas do mundo, abrigando cerca de 130 milícias ativas. Muitos desses grupos disputam o domínio sobre grandes reservas de minerais como ouro, diamantes, cobalto e coltan. Embora um cessar-fogo tenha sido firmado no dia 19 de julho entre o governo e o grupo rebelde M23, a instabilidade continua predominando.
As ADF, de origem ugandense, atuam há décadas no território congolês e são responsabilizadas pela morte de milhares de civis. Os rebeldes costumam utilizar facões e machados em seus ataques. Em 2019, juraram lealdade ao Estado Islâmico, intensificando ainda mais a violência na região.