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Violência
25/07/2025 17:00:00

Mortes por intervenção policial crescem em AL, mesmo com queda da violência no país, revela Anuário

Mortes por intervenção policial crescem em AL, mesmo com queda da violência no país, revela Anuário

Apesar da redução de 5,4% nas mortes violentas intencionais no Brasil em 2024, Alagoas está entre os estados onde o número de mortes causadas por intervenção policial aumentou, conforme o novo Anuário da Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira, 25 de julho.

O estado se junta a outros como Maranhão, Piauí, Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais — este último com o maior aumento: 38,5%. Esses estados fazem parte do grupo que, historicamente, responde por menos de 10% das mortes violentas no país. Contudo, contrariando a tendência de queda nas mortes por intervenção policial, esses estados viram o número de vítimas aumentar. No Brasil, as mortes provocadas por policiais somaram 6.243 em 2024, representando uma queda de apenas 3,1% em relação ao ano anterior. A redução foi menor do que a observada em outros tipos de homicídios, o que fez a participação das mortes policiais no total de mortes violentas subir de 13,8% para 14,1%.

Outro dado alarmante no levantamento é o aumento de 4% nas mortes de crianças e adolescentes de até 17 anos, que chegaram a 2.356 vítimas em 2024, interrompendo uma sequência de quedas desde 2020. Parte desse aumento é atribuída diretamente a ações policiais, com 19% dos adolescentes assassinados no Brasil em 2024 sendo vítimas de intervenções policiais — um aumento em relação aos 17% registrados em 2023.

O Anuário também aponta o aumento dos feminicídios, que atingiram um novo recorde de 1.492 casos em 2024, um aumento de 1% em comparação a 2023 e o maior número desde que o crime foi tipificado em 2015. A maioria das vítimas era negra (64%), tinha entre 18 e 44 anos (70%) e foi morta dentro de casa (64%), geralmente por companheiros ou ex-companheiros (80%) e com arma branca (48%).

Apesar da queda geral nos homicídios no país, o estudo também registra um aumento de 5% nos casos de desaparecimento, o que pode mascarar assassinatos não notificados. Em 2024, foram registrados 81.873 desaparecimentos.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública atribui a redução nos homicídios a políticas públicas orientadas por evidências, controle de armas e mudanças demográficas, como a queda na população jovem, mais vulnerável à violência. No entanto, os dados ainda revelam graves vulnerabilidades, especialmente entre diferentes gêneros, raças e faixas etárias.