A ONU, por meio do Unicef e da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou sobre a persistente falta de imunização infantil globalmente. Em 2024, mais de 14 milhões de crianças não receberam nenhuma vacina, impactando negativamente as metas do plano de Imunização 2030. No ano anterior, cerca de 89% das crianças, ou aproximadamente 115 milhões, receberam pelo menos uma dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), e quase 109 milhões completaram as três doses.
No entanto, cerca de 20 milhões de crianças perderam pelo menos uma dose da vacina DTP, e entre essas, 14,3 milhões nunca receberam nenhuma vacina. Isso representa um aumento de 4 milhões em relação à meta do ano anterior, complicando o progresso da Agenda de Imunização 2030.
A OMS destacou que a vacinação é fundamental para salvar vidas e prevenir surtos, mas fatores como cortes na ajuda, desinformação sobre a segurança das vacinas, conflitos e instabilidade têm dificultado a imunização. O relatório revelou que um quarto das crianças no mundo vive em 26 países afetados por fragilidades, conflitos ou crises humanitárias, representando metade das crianças não vacinadas.
Enquanto os países de baixa renda, apoiados pela Gavi, mostraram melhorias, com uma redução de 600 mil crianças não vacinadas, países de alta renda enfrentam sinais de declínio na cobertura vacinal. Isso pode aumentar drasticamente o risco de surtos de doenças, como sarampo e meningite, que ainda são um grande desafio global.
Apesar desses desafios, a cobertura de vacinas contra o sarampo e o HPV aumentou, com 84% das crianças recebendo a primeira dose da vacina contra sarampo e 31% das adolescentes recebendo a vacina contra o HPV em 2024. No entanto, a escassez de financiamento e a crescente desinformação continuam a ameaçar o progresso.