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Acidente
24/07/2025 05:00:00

Seis advogados são presos em Alagoas e outros estados por suspeita de enganar mais de mil idosos

Seis advogados são presos em Alagoas e outros estados por suspeita de enganar mais de mil idosos

Seis advogados foram presos nesta terça-feira (22) durante a Operação Entre Lobos, deflagrada simultaneamente em cinco estados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). A ação resultou no cumprimento de 13 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. A investigação, iniciada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), aponta que mais de mil idosos podem ter sido vítimas de um esquema que movimentou dezenas de milhões de reais.

Ao todo, 17 pessoas são investigadas por integrar a organização criminosa, que teria lesado pelo menos 215 idosos em cerca de R$ 5 milhões — valor que pode ultrapassar os R$ 30 milhões, segundo as apurações. A média de idade das vítimas é de 69 anos. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 32 milhões em contas bancárias dos envolvidos e a apreensão de 25 veículos.

A operação foi realizada em municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os crimes atribuídos aos investigados incluem estelionato, lavagem de dinheiro e patrocínio infiel — quando advogados traem a confiança dos clientes e atuam de forma a prejudicá-los.

O grupo era liderado por cinco advogados, todos presos preventivamente. Dois deles foram detidos em Fortaleza, dois em Salvador e um em Chapecó, em Santa Catarina. Um desses profissionais foi identificado como o responsável pelas operações do grupo e pelo uso de estratégias digitais para atrair vítimas.

As ações que envolveram escritórios de advocacia contaram com o acompanhamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em cumprimento às garantias da profissão.

Segundo as investigações, os criminosos abordavam idosos pessoalmente ou pela internet, usando uma entidade fictícia chamada Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP). O objetivo era induzir as vítimas a assinar contratos de cessão de créditos judiciais por valores muito inferiores ao que teriam direito a receber em processos de revisão bancária.

Os contratos fraudulentos eram firmados em nome de duas empresas de fachada: Ativa Precatórios, com sede em Pinhalzinho (SC), e BrasilMais Precatórios, com sede em Fortaleza. Outras práticas semelhantes foram identificadas também em estados como Alagoas e Rio Grande do Sul.

Durante as buscas, foram apreendidas planilhas detalhando a movimentação financeira da quadrilha, incluindo comissões, investimentos e lucros. Em muitos casos, menos de 10% do valor conquistado judicialmente pelas vítimas era repassado a elas.

Um dos episódios destacados pelo Ministério Público relata que uma vítima deveria receber R$ 146.327,17, mas teve apenas R$ 2.500 transferidos após a fraude. Em outro caso, em Fortaleza, de mais de R$ 5 milhões liberados pela Justiça, as vítimas receberam pouco mais de R$ 500 mil.

O Ministério Público de Santa Catarina está buscando ativamente novas vítimas. Quem suspeitar ter sido enganado pode entrar em contato com a Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo (SC), enviando mensagem para o WhatsApp (49) 99200-7462, ou procurar a ouvidoria do MPSC pelo e-mail ouvidoria@mpsc.mp.br ou pelos telefones (48) 3229-9306 e 127, das 9h30 às 19h.