A Universidade de Columbia anunciou nesta terça-feira (22) que puniu dezenas de estudantes envolvidos em um protesto pró-Palestina realizado na biblioteca principal do campus. As sanções aplicadas variam entre suspensões de um a três anos, expulsões e até revogação de diplomas, além da proibição de entrada dos envolvidos nas dependências da universidade.
A instituição informou que a decisão foi tomada após a conclusão de uma investigação sobre violações de regras internas. Em nota, Columbia declarou que "as perturbações das atividades acadêmicas violam as políticas e regras da universidade, e tais violações necessariamente vão gerar consequências".
Segundo o Columbia for Palestine, grupo pró-Palestina da universidade, cerca de 80 estudantes foram notificados sobre suas punições na véspera. A organização afirmou que esta foi "a maior quantidade de suspensões por um único protesto político na história do campus de Columbia", superando qualquer outra ação disciplinar anterior relacionada a manifestações.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem criticado universidades como Columbia desde seu retorno à presidência em janeiro, impulsionado pela onda de protestos pró-Palestina que tomou os campus no ano passado. Em março, seu governo anunciou o cancelamento de centenas de milhões de dólares em bolsas de pesquisa como punição à forma como a universidade lidou com os protestos, alegando resposta insuficiente a casos de antissemitismo e assédio contra membros judeus e israelenses da comunidade acadêmica.
Em resposta à perda de financiamento, a Universidade de Columbia anunciou mudanças administrativas e reafirmou o compromisso com a liberdade de expressão. No entanto, destacou que manifestações em prédios e locais de atividades acadêmicas prejudicam sua missão educacional.
Além de Columbia, outras instituições como Harvard também foram alvo de sanções do governo, que tentou inclusive deportar estudantes estrangeiros pró-Palestina. No entanto, essas ações enfrentaram barreiras judiciais.
Grupos de defesa dos direitos humanos manifestaram preocupação com o respeito ao devido processo legal, à liberdade acadêmica e à liberdade de expressão diante das medidas adotadas pelo governo federal.