Publicações em redes sociais têm espalhado desinformação ao afirmar que o uso de protetor solar estaria ligado ao aumento nos casos de câncer de pele, especialmente melanoma. No entanto, especialistas e estudos científicos indicam que essas alegações são falsas. De acordo com Brittany Schaefer, do Departamento de Saúde Pública do estado de Connecticut, nos Estados Unidos, não há qualquer evidência que associe o uso do produto ao risco maior de desenvolver a doença.
A principal causa do melanoma continua sendo a exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol, e o protetor solar atua justamente como uma barreira que filtra esses raios. A percepção de aumento nos casos está relacionada à maior conscientização da população e à ampliação dos diagnósticos. Além disso, a taxa de mortalidade vem diminuindo graças ao avanço nos tratamentos, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um estudo internacional iniciado em 2023 também aponta outros fatores que ajudam a explicar o crescimento de casos, como o tempo prolongado sob o sol e a aplicação incorreta do protetor. Vale lembrar que a FDA, agência reguladora americana, só passou a exigir padrões mais rigorosos para esses produtos a partir de 2011. Portanto, muitos estudos antigos analisaram fórmulas que ofereciam menos proteção do que os protetores atuais.
Dados de vendas indicam que o mercado de protetores solares está crescendo, com estimativas de alcançar cerca de 13,5 bilhões de dólares até 2028. No entanto, isso não significa que o uso é adequado. Nos Estados Unidos, menos da metade dos entrevistados afirmou usar o produto mais de 60 dias por ano. Na Alemanha, muitas pessoas relataram aplicar protetor apenas durante o verão ou em situações de exposição direta ao sol.
Especialistas alertam para a falta de dados precisos que relacionem a frequência do uso de protetor solar à incidência de câncer de pele por país. Ainda assim, reafirmam que o produto é essencial para a prevenção da doença, e que usá-lo de maneira correta e regular continua sendo uma medida eficaz contra os efeitos nocivos do sol.