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Acidente
23/07/2025 00:00:00

Mineradoras do Brasil estimam prejuízo de US$ 1 bilhão com possível retaliação às tarifas de Trump

Mineradoras do Brasil estimam prejuízo de US$ 1 bilhão com possível retaliação às tarifas de Trump

A indústria de mineração no Brasil projeta perdas de até US$ 1 bilhão por ano caso o governo brasileiro decida retaliar as tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O alerta foi feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa empresas responsáveis por 85% da produção mineral nacional.

De acordo com Raul Jungmann, presidente do Ibram, as mineradoras brasileiras são altamente dependentes de equipamentos pesados fabricados nos Estados Unidos, como escavadeiras e caminhões de grande porte capazes de transportar até 100 toneladas. Com a possibilidade de o Brasil impor medidas de reciprocidade, o setor teme um aumento significativo nos custos operacionais.

Jungmann afirmou que a eventual retaliação preocupa o setor mais do que a tarifa americana em si. “Isso representaria custos adicionais de cerca de US$ 1 bilhão por ano”, destacou em entrevista a jornalistas, após participar de uma reunião virtual com o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Enquanto os Estados Unidos representam apenas 3,5% das exportações brasileiras de minerais, o setor nacional é fortemente dependente de insumos e maquinário norte-americano, o que torna o impacto de eventuais represálias comerciais ainda mais significativo para a cadeia produtiva brasileira.

O Ibram avalia, inclusive, envolver empresas americanas em conversas estratégicas para tentar influenciar o governo Trump e evitar o agravamento das tensões comerciais. A proposta seria buscar um canal de diálogo que possa conter os efeitos danosos de uma escalada tarifária.

O impasse surge em um momento em que o presidente Trump ameaça aplicar uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, medida que tem gerado reações em diversos setores econômicos, incluindo exportadores de frutas do Vale do São Francisco, que também já manifestaram preocupação com os efeitos da medida.