Neste domingo (20/07), pelo menos 73 palestinos foram mortos enquanto tentavam acessar ajuda humanitária em Gaza, conforme informou o Ministério da Saúde local. Mais de 150 pessoas ficaram feridas, algumas em estado crítico. A maioria das vítimas estava no norte de Gaza, onde 67 pessoas perderam a vida tentando alcançar a ajuda que chegava pela passagem de Zikim. Não há postos do Fundo Humanitário de Gaza (GHF) no norte do território.
Testemunhas afirmam que disparos vieram de militares israelenses em direção às multidões, mas a autoria dos ataques não foi confirmada. Paralelamente, o exército israelense emitiu novos avisos de evacuação para áreas do centro de Gaza, uma das poucas regiões onde a operação terrestre israelense é rara e onde muitas organizações internacionais tentam distribuir ajuda.
As negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediadas no Catar, não apresentaram avanços até o momento. Desde que a Fundação Humanitária de Gaza iniciou suas operações em maio, há relatos quase diários de palestinos mortos pelas forças israelenses enquanto tentavam acessar a ajuda.
A situação em Gaza continua crítica, com escassez de alimentos e medicamentos. Ambulâncias soaram alarmes em frente a hospitais para chamar a atenção para a crise humanitária. Israel interrompeu a entrega de ajuda humanitária ao território em março e, embora tenha anunciado a suspensão do bloqueio em maio, a ajuda fornecida pela GHF tem sido insuficiente para atender a necessidade urgente da população.
A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) afirmou que não consegue entregar alimentos a Gaza há mais de quatro meses e exigiu que Israel levantasse o cerco, uma vez que o acesso ao território permanece bloqueado, apesar de terem recursos para levar a ajuda.
O conflito em Gaza já dura 21 meses, com mais de 58 mil palestinos mortos desde que os ataques israelenses começaram, após o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.