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Mundo
20/07/2025 10:00:00

Quem são os presos libertados em acordo inédito entre EUA e Venezuela

Quem são os presos libertados em acordo inédito entre EUA e Venezuela

Na sexta-feira, 18 de julho de 2025, os governos dos Estados Unidos e da Venezuela realizaram uma troca de prisioneiros inédita, com a mediação do presidente de El Salvador, Nayib Bukele. A operação resultou na libertação de 10 cidadãos americanos detidos na Venezuela, em troca da repatriação de 252 venezuelanos deportados dos EUA e que estavam em uma prisão de segurança máxima em El Salvador, conhecida como Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot).

Libertação de americanos

Entre os 10 americanos libertados, estão Lucas Hunter, um cidadão americano e francês de 37 anos, que foi detido enquanto praticava windsurf na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela. Sua prisão ocorreu em janeiro, quando ele foi forçado a cruzar a fronteira e preso pelas autoridades venezuelanas. Outro libertado é Wilbert Joseph Castañeda Gómez, um suboficial de primeira classe da Marinha dos EUA, detido em Caracas em agosto de 2024 enquanto visitava um amigo. Sua família afirma que ele foi preso sem justificativa.

Além de Lucas e Wilbert, outros americanos libertados incluem Jorge Marcelo Vargas e Renzo Castillo, ambos detidos por vários meses, e Jonathan Pagan González e Fabian Buglione Reyes, que foram presos em outubro de 2024. A troca de prisioneiros também incluiu vários outros cidadãos que, segundo o governo americano, eram detidos injustamente ou considerados presos políticos.

Libertação de venezuelanos

Em troca, o governo de Nicolás Maduro libertou um número não especificado de venezuelanos, muitos dos quais eram considerados presos políticos pelos EUA e organizações de direitos humanos. Esses indivíduos foram detidos por se oporem ao regime de Maduro e foram classificados por Washington como prisioneiros políticos. A troca também incluiu 252 venezuelanos deportados para El Salvador, alguns dos quais foram acusados de vínculos com gangues criminosas como o Trem de Aragua, embora a defesa tenha alegado falta de provas sobre essas acusações.

Contexto e repercussão

Essa troca de prisioneiros ocorre no contexto de uma intensa negociação entre os governos dos EUA e da Venezuela, mediada por El Salvador. Embora a libertação dos prisioneiros tenha sido celebrada por alguns, o governo Maduro sustenta que muitos dos americanos libertados cometeram crimes graves contra o Estado, enquanto Washington os considera prisioneiros políticos ou injustamente detidos.

A medida gerou reações mistas. O governo dos EUA expressou satisfação com a libertação dos cidadãos americanos, enquanto o governo de Maduro a apresentou como parte de uma iniciativa para buscar paz e tranquilidade na Venezuela. No entanto, a troca não é vista como um prelúdio para a normalização das relações diplomáticas entre os dois países, e não se espera que haja mudanças nas sanções americanas à Venezuela, que continuam em vigor.

Essa troca de prisioneiros foi um marco nas relações entre os dois países, mas não sinaliza uma mudança substancial no status diplomático entre eles.