Mundo atinge 11,5 milhões de presos, aponta relatório da ONU

O relatório “Prisão Importa 2024”, divulgado nesta sexta-feira (18) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), revela que a população carcerária mundial chegou à marca de 11,5 milhões de pessoas. Desse total, 94% são homens e cerca de 700 mil são mulheres. O levantamento também destaca que aproximadamente 30% dos detidos estão em prisão preventiva.

Segundo o relatório, após uma redução temporária nos números durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento global no número de encarcerados em 2023. A publicação também marca o 10º aniversário das Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Prisioneiros, conhecidas como Regras Nelson Mandela.

O Brasil é citado como um dos principais responsáveis pelo crescimento da população prisional na América Latina. Além da superlotação, o documento aponta disparidades de gênero e regionais, chamando atenção para o fato de que muitas prisões, especialmente nas Américas e na África, operam acima da capacidade.

Entre as recomendações do relatório, está o fortalecimento de políticas de reabilitação e reintegração social dos detentos, com o objetivo de transformar os sistemas carcerários em ambientes mais humanizados e voltados à ressocialização.

Outro dado preocupante revelado é o índice de suicídios nas prisões, que chega a 32,9 casos para cada 100 mil presos — mais de três vezes a média global registrada em 2021, que foi de 9,1 por 100 mil habitantes. O Unodc também identificou taxas elevadas de mortes violentas em algumas regiões, indicando a existência de condições prisionais extremamente inseguras.