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Saúde
18/07/2025 00:00:00

Queda de temperatura aumenta casos de otite em crianças, alerta especialista

Queda de temperatura aumenta casos de otite em crianças, alerta especialista

Com a chegada do frio, os atendimentos por infecções respiratórias, como gripes, resfriados, rinites e faringites, aumentam consideravelmente, especialmente entre as crianças. O que muitos pais ainda desconhecem é que essas infecções das vias aéreas superiores podem evoluir para otite média aguda (OMA), uma das principais causas de dor de ouvido e uso de antibióticos na infância.

O médico do Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo, Paulo Lincoln, alertou sobre os riscos e cuidados com a otite durante os meses mais frios, que favorecem o aumento das infecções respiratórias. A otite média aguda ocorre quando a tuba auditiva, canal que liga o ouvido médio à garganta, fica obstruída, dificultando a drenagem das secreções e criando um ambiente favorável à proliferação de bactérias. Em crianças, isso é mais comum devido à anatomia da tuba auditiva, que é mais curta e horizontal, facilitando o acúmulo de líquidos.

De acordo com Paulo Lincoln, o frio, a permanência em ambientes fechados e a redução da exposição ao sol aumentam a vulnerabilidade das crianças. "Essas condições tornam as crianças ainda mais suscetíveis. Muitas vezes, um simples resfriado pode evoluir para quadros mais graves, como a otite, que causa bastante incômodo e pode gerar complicações se não tratada adequadamente", explica o médico.

Como identificar a otite?

Os pais devem ficar atentos aos sinais de que uma gripe ou resfriado evoluiu para otite média aguda. Os principais sintomas incluem dor de ouvido, geralmente mais intensa ao deitar, febre (mesmo que leve), irritabilidade ou choro persistente em bebês, sensação de ouvido tampado ou perda auditiva temporária, e secreção no ouvido, que pode indicar perfuração do tímpano em casos mais graves.

A principal forma de prevenção é evitar infecções respiratórias. Algumas medidas incluem manter a caderneta de vacinação atualizada, especialmente contra gripe, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo B, realizar higiene nasal com soro fisiológico, incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, evitar ambientes fechados com aglomerações e exposição à fumaça de cigarro, e não oferecer mamadeira com o bebê deitado.

Embora a otite cause desconforto, nem todos os casos exigem o uso imediato de antibióticos. Muitos quadros, especialmente em crianças maiores de seis meses com sintomas leves, podem regredir espontaneamente.

Cuidado com a automedicação

Paulo Lincoln alerta para o risco da automedicação, especialmente o uso indevido de antibióticos com sobras de tratamentos anteriores. "Esse hábito é extremamente perigoso e contribui para o aumento da resistência bacteriana", alerta o médico.

Educação e prevenção

A orientação correta é essencial para evitar a automedicação e garantir o tratamento adequado. O médico enfatiza a importância de investir em educação em saúde, combater informações equivocadas e reforçar o cuidado preventivo, especialmente durante as estações mais frias. "Nosso papel vai além do atendimento clínico. É preciso ouvir as famílias, focando na prevenção e no diagnóstico correto", conclui Paulo Lincoln.