O chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, fez duras críticas às ações do governo israelense na Faixa de Gaza, afirmando que “não são mais aceitáveis”. Em uma coletiva de imprensa realizada em Berlim nesta sexta-feira (18/07), Merz pediu um cessar-fogo imediato no território palestino, onde o conflito já resultou em mais de 58 mil palestinos mortos. Além disso, ele exigiu mais assistência humanitária aos moradores de Gaza, que têm enfrentado grandes dificuldades devido à decisão de Israel de bloquear programas internacionais de ajuda, permitindo apenas a atuação da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que tem sido alvo de controvérsias.
Merz revelou que mantém contato regular com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e afirmou que se ofereceu para aumentar a ajuda alemã para Gaza. No entanto, ele deixou claro que a Alemanha não apoia a política de assentamentos israelenses e tem expressado essa posição diretamente nas conversas com Netanyahu. O chanceler afirmou que a Alemanha está fazendo o possível para agir corretamente em relação tanto a Israel quanto aos palestinos.
Embora a Alemanha tenha uma responsabilidade histórica com Israel, devido aos horrores do Holocausto, Merz rejeitou pedidos para suspender os acordos de associação entre a União Europeia (UE) e Israel. Ele também se opôs a comparações entre a invasão da Ucrânia pela Rússia e as ações de Israel em Gaza, explicando que, enquanto a Rússia iniciou uma guerra de agressão, Israel está agindo em legítima defesa contra o Hamas.
A ofensiva israelense em Gaza foi desencadeada após um ataque do Hamas em outubro de 2023, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas e no sequestro de 250 civis. Desde então, o conflito tem provocado a morte de milhares de palestinos, com a maior parte das vítimas sendo mulheres e crianças.
Além disso, Merz fez uma crítica velada à ex-chanceler Angela Merkel, ao comentar sobre o lema otimista "vamos conseguir", utilizado por ela para encorajar os alemães a confiar na política de acolhimento de refugiados. Merz afirmou que, ao olhar para a integração de imigrantes, "claramente não conseguimos". Ele destacou que o governo alemão está tomando medidas para corrigir essa situação, embora continue a apoiar a imigração, especialmente para o mercado de trabalho.
O chanceler também mencionou que, como parte de uma estratégia para melhorar o controle da imigração, a Alemanha tem intensificado o monitoramento das suas fronteiras. Ele agradeceu à Polônia por reforçar as fronteiras externas da União Europeia, e afirmou que, enquanto a UE não encontrar uma solução duradoura para o problema da imigração, a Alemanha será forçada a controlar suas próprias fronteiras.