A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (17) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica, após especulações provocadas por fotos que mostravam hematomas em sua mão e inchaço nas pernas. O diagnóstico foi confirmado após um exame vascular completo, feito devido ao recente inchaço observado em seus membros inferiores.
De acordo com a secretária de imprensa Karoline Leavitt, o hematoma na mão do presidente está relacionado a apertos de mão frequentes e ao uso diário de aspirina, que ele toma como medida preventiva contra problemas cardiovasculares. Trump, de 79 anos, sempre afirmou gozar de excelente saúde e chegou a se autodeclarar como “o presidente mais saudável que já existiu”.
A insuficiência venosa crônica ocorre quando as veias das pernas não conseguem impulsionar adequadamente o sangue de volta ao coração, provocando acúmulo nos membros inferiores e resultando em inchaço. Como o sangue precisa vencer a gravidade para subir das pernas ao coração, esse processo pode ser comprometido quando as válvulas venosas falham, explica a cirurgiã vascular Meryl Logan, da Universidade do Texas.
Segundo o médico da Casa Branca, Sean Barbabella, os exames descartaram a presença de trombose venosa profunda, doenças arteriais, insuficiência cardíaca, problemas renais ou outras condições sistêmicas. A insuficiência venosa crônica, segundo ele, é uma condição comum e benigna, especialmente em pessoas acima dos 70 anos, e que pode ser controlada com medidas simples.
Imagens recentes que mostraram as pernas inchadas de Trump durante a final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa em Nova Jersey, no dia 13 de julho, e os hematomas nas mãos ao cumprimentar o primeiro-ministro do Bahrein, Salman bin Hamad bin Isa Al Khalifa, alimentaram rumores sobre seu estado de saúde. Outro hematoma semelhante já havia sido registrado em fevereiro, durante encontro com o presidente francês Emmanuel Macron.
Apesar da repercussão, o médico da Casa Branca reforçou que Trump está em excelente estado de saúde física e cognitiva, conforme apontado em seu exame anual realizado em abril. O presidente assumiu seu segundo mandato em janeiro de 2025, aos 78 anos e sete meses, sendo o mais velho a tomar posse na história dos Estados Unidos.
Especialistas ouvidos pela BBC concordam com a avaliação de Barbabella, destacando que a insuficiência venosa crônica não é grave por si só, embora possa estar ligada a outras complicações. Estima-se que entre 10% e 35% das pessoas da faixa etária de Trump convivam com o problema. Entre os fatores de risco estão obesidade, histórico de coágulos, e profissões que exigem longos períodos em pé.
Para o controle da condição, os médicos recomendam o uso de meias de compressão, elevação das pernas ao deitar, cuidados com a pele e o combate à obesidade. Já os hematomas observados nas mãos de Trump não estão associados à insuficiência venosa crônica, sendo explicados como resultado de microtraumas agravados pelo uso de aspirina e pela idade avançada.
O cirurgião vascular Matthew Edwards, da Universidade Wake Forest, reforça que é comum o aparecimento de hematomas em pessoas mais velhas, especialmente aquelas que fazem uso regular de medicamentos anticoagulantes. Segundo ele, mesmo um aperto de mão mais forte pode ser suficiente para causar o efeito observado.