As exportações da indústria brasileira de defesa somaram US$ 1,31 bilhão nos seis primeiros meses de 2025, o que representa 73,6% do recorde anual registrado em 2024, quando o setor atingiu US$ 1,78 bilhão — o melhor resultado em mais de uma década.
Atualmente, o Brasil comercializa produtos e serviços de defesa com aproximadamente 140 países em todos os continentes. Aeronaves, incluindo peças e componentes, correspondem a 34% das exportações. O setor responde por 3,58% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e gera cerca de 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos.
O secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, destacou que o desempenho positivo reflete a crescente competitividade do setor e o esforço por maior autonomia tecnológica e abertura de mercados. Segundo ele, o governo atua apoiando as exportações por meio do desenvolvimento de tecnologias avançadas, concessão de financiamentos, seguros e promoção internacional dos produtos da Base Industrial de Defesa.
Brasil amplia domínio em tecnologias estratégicas
Para o próximo ano, o país projeta alcançar 55% de domínio em tecnologias estratégicas como satélites, radares e foguetes, atualmente em 42%. A meta é atingir 75% até 2033, garantindo mais autonomia para desenvolver projetos de pesquisa ligados à segurança e à defesa nacional.
Essas projeções foram anunciadas pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, em fevereiro, durante o lançamento da Missão 6 do Programa Nova Indústria Brasil (NIB). A expectativa é de que o avanço tecnológico impulsione ainda mais as exportações, aproveitando a reputação internacional dos produtos brasileiros.
“O Brasil possui empresas com capacidade instalada expressiva e produtos de altíssima qualidade reconhecidos internacionalmente. Esse cenário favorece o crescimento das vendas externas”, afirmou o secretário Heraldo Luiz Rodrigues.
Base Industrial de Defesa reúne mais de 280 empresas
A Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil conta atualmente com 283 empresas e 2.064 produtos cadastrados no Ministério da Defesa. O portfólio inclui aeronaves, embarcações, sistemas de comunicação seguros, armamentos, radares e soluções cibernéticas voltadas à proteção de dados estratégicos.
Segundo o Ministério da Defesa, o bom desempenho nas exportações em 2025 indica um crescimento consistente, essencial para manter uma base industrial robusta, capaz de atender às demandas das Forças Armadas quando necessário.