A Polícia Civil de Alagoas iniciou uma nova investigação contra o padre afastado da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos, em Penedo, após o surgimento de uma segunda denúncia de assédio sexual. O caso está sendo conduzido pela 7ª Delegacia Regional do município, que identificou semelhanças entre esta e a acusação anterior.
Segundo o delegado Rômulo Andrade, responsável pelo inquérito, o novo depoimento reforça o padrão de comportamento do religioso, já observado na denúncia anterior. Diante disso, a polícia solicitou à Justiça uma medida protetiva, que inclui a apreensão de uma arma de fogo e a suspensão do registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) do padre. A arma, embora registrada legalmente, teria sido usada para intimidar as vítimas.
A vítima do primeiro caso já havia relatado que o padre usava a arma para ameaças. Com a nova denúncia, que se enquadra na Lei Maria da Penha, a delegacia pediu as medidas cautelares. A apreensão da arma foi autorizada, mas no momento da diligência, o padre já havia sido transferido de paróquia. Ele acabou entregando a arma na delegacia, após ser localizado.
O delegado informou que o padre e diversas testemunhas foram ouvidos. Os detalhes dos inquéritos permanecem sob sigilo, por se tratar de crimes sexuais. Andrade destacou que, no primeiro caso, ocorrido em junho, o padre foi indiciado por assédio e importunação sexual. A nova apuração também trata de um caso de assédio sexual, com características semelhantes às da denúncia anterior.
As investigações continuam em andamento.
Entenda o caso
O padre foi afastado de suas funções em junho, após ser acusado por uma jovem de 20 anos de tentativa de abuso sexual e ameaças. O episódio teria ocorrido no dia 12 de junho, Dia dos Namorados. Conforme relato da vítima, o religioso a convidou até a Casa Paroquial com a desculpa de entregar uma encomenda. No local, ele teria feito perguntas de cunho íntimo, tentado abraçá-la e tocado partes do seu corpo, além de usar palavras ofensivas.
Mesmo após essa tentativa, o padre voltou a chamar a jovem, que desta vez compareceu acompanhada de um amigo coroinha. Segundo ela, o religioso afirmou que deixaria a porta do quarto aberta durante o encontro.
Além disso, o padre também é investigado por ameaçar um ministro da eucaristia da paróquia. A denúncia foi registrada no dia 11 de junho e envolve um homem de 35 anos, coordenador da pastoral do canto. Conforme relatado, ele teria recebido mensagens ameaçadoras do padre após criticar sua conduta.