A Prefeitura do Rio de Janeiro realizou, nesta terça-feira (15), uma operação emergencial no "Lar Maria Lúcia", um abrigo clandestino para idosos localizado na Estrada dos Palmares, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade. Durante a ação, foram encontrados quatro idosos em estado de abandono, sendo dois homens e duas mulheres, que foram removidos pelo SAMU.
Um dos idosos foi encaminhado ao Hospital Pedro II com quadro grave, enquanto outro homem foi levado para a UPA Campo Grande 1. As outras duas vítimas foram direcionadas para a UPA João 23. Os idosos apresentavam sinais evidentes de desidratação, desnutrição severa e maus-tratos, evidenciando um cenário alarmante de negligência e vulnerabilidade, que exigiu a intervenção das autoridades de saúde e assistência social.
Até o momento, 15 idosos já foram entregues aos seus familiares, e outros 17 seguem sob os cuidados da Assistência Social da Prefeitura, aguardando a definição sobre seu acolhimento familiar ou institucional.
Irregularidades no abrigo clandestino
De acordo com o laudo da Vigilância Sanitária, o abrigo funcionava sem alvará de funcionamento, sem equipe técnica qualificada e em condições insalubres. O local estava instalado em uma propriedade tipo sítio, sem estrutura adequada para o acolhimento de idosos.
Entre os flagrantes mais graves estavam:
Idosos amarrados e impedidos de se locomover, evidenciando maus-tratos;
Casos de emagrecimento extremo e falta de alimentação regular;
Presença de acolhidos com grau 3 de dependência, deficiência visual, sequelas de AVC e transtornos mentais, sem o devido suporte médico ou assistencial.
Medidas para os idosos resgatados
A Prefeitura informou que os idosos resgatados serão reencaminhados a unidades públicas e parceiras que ofereçam a assistência adequada. A operação é parte do programa “Direito da Pessoa Idosa”, criado para intensificar a fiscalização em abrigos e lares de idosos, especialmente após denúncias de negligência ou clandestinidade.
A instituição foi autuada por diversas irregularidades e será responsabilizada criminalmente. O caso está sendo investigado pela DEAPTI, que apurará os responsáveis pelos maus-tratos e pelo funcionamento ilegal do abrigo.