OTAN Aponta Risco de Sanções contra Brasil, China e Índia por Comércio com a Rússia

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, alertou que o Brasil, a China e a Índia podem ser alvo de sanções secundárias dos EUA caso a Rússia não negocie um acordo de paz com a Ucrânia. Rutte afirmou que esses países deveriam pressionar o presidente Vladimir Putin a concordar com um cessar-fogo, destacando que, caso contrário, eles seriam afetados significativamente pelas sanções.

Em suas declarações, feitas na terça-feira (15), Rutte disse: “Se você mora em Pequim, Nova Délhi ou é o presidente do Brasil, talvez seja hora de dar uma olhada nisso, porque isso pode atingi-lo com muita força. Faça uma ligação para Putin e diga a ele que as negociações de paz precisam ser levadas a sério”.

Esse alerta surgiu após o anúncio de Donald Trump, na segunda-feira (14), de que daria 50 dias para Putin iniciar negociações de paz ou enfrentaria "tarifas secundárias" de 100%, além de sanções direcionadas a países que mantêm relações comerciais com a Rússia. Embora Trump não tenha mencionado especificamente o Brasil, a China ou a Índia, estes são países que continuaram a importar petróleo e derivados russos após a invasão da Ucrânia em 2022.

Senadores dos EUA estão pressionando por um projeto de lei que aplicaria tarifas de até 500% sobre nações que continuem a fazer negócios com a Rússia. O senador Richard Blumenthal, um dos defensores do projeto, escreveu que essas medidas são necessárias para impedir que países como a Índia, a China e o Brasil continuem alimentando a "máquina de guerra" de Putin.

Essas possíveis sanções complicariam as relações dos EUA com esses países. A Índia, por exemplo, está em vias de fechar um acordo com os EUA, enquanto as negociações com a China estão em um momento delicado, após uma trégua comercial em maio.