Bandidos da favela da Rocinha, no Rio, têm arsenal sete vezes maior que o da PM

De acordo com uma estimativa da polícia do Rio de Janeiro, traficantes da favela da Rocinha possuem mais de 1,5 mil fuzis, quantidade superior à maioria dos batalhões da Polícia Militar responsáveis pelo combate ao crime. Esse arsenal é sete vezes maior que a média de fuzis de um batalhão da PM, o que representa um significativo desafio para as autoridades de segurança pública.

Imagens obtidas pelo Jornal da Band mostram, em junho deste ano, 400 criminosos fugindo de um cerco policial, quase todos armados com equipamentos militares. Entre as imagens, aparece John Wallace, conhecido como Johnny Bravo, chefe do tráfico da Rocinha, que há anos é procurado pelas autoridades. Ele é visto circulando pela favela, cercado por um exército do crime.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, o arsenal dos traficantes é composto por fuzis, uma arma estratégica para as facções, permitindo que elas ocupem e dominem territórios, além de servir como demonstração de poder. José Ricardo Bandeira, especialista em segurança pública, ressaltou que a presença de tantos fuzis em uma comunidade também é uma forma de afirmação do domínio de uma facção sobre outra.

Embora o Rio de Janeiro não produza armas ou munições, é o estado que mais apreende fuzis no Brasil. Somente em 2025, 322 fuzis foram retirados das ruas, o que representa quase metade de todo o armamento apreendido no país. As rotas de tráfico de armas, como aquelas que passam por países vizinhos da América do Sul ou vêm desmontadas dos Estados Unidos, continuam sendo um ponto crítico para o combate ao crime no estado.