08/10/2025 00:24:14

Acidente
10/07/2025 20:00:00

Balança comercial: o que o Brasil vende e compra dos EUA

Balança comercial: o que o Brasil vende e compra dos EUA

Os Estados Unidos ocupam o posto de segundo maior parceiro comercial do Brasil, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Para os norte-americanos, no entanto, o Brasil figura apenas como o 15º principal parceiro comercial, conforme dados do US Census Bureau. Enquanto os EUA são a segunda maior origem e destino de produtos para o Brasil — atrás apenas da China —, o Brasil aparece como o 9º maior mercado comprador de bens americanos e apenas o 18º entre os que exportam para os Estados Unidos.

Essa disparidade revela um padrão de superávit comercial sustentado em favor dos Estados Unidos. Informações disponíveis no MDIC indicam que, de 1997 até 2025, os EUA venderam ao Brasil cerca de 50 bilhões de dólares a mais do que compraram. Desde 2009, o saldo tem se mantido positivo para os norte-americanos, com um superávit acumulado de US$ 90,3 bilhões.

Principais produtos negociados entre os dois países

No ano de 2024, o Brasil exportou aos EUA majoritariamente petróleo bruto, ferro ou aço em estado semimanufaturado, café em grão, pastas químicas de madeira utilizadas pela indústria papeleira e aeronaves ou outros veículos aéreos. Outros produtos de destaque são carne bovina e suco de laranja, sendo o Brasil o maior exportador mundial desse último item.

Em contrapartida, os Estados Unidos enviaram ao Brasil, principalmente, peças para a fabricação de aeronaves — incluindo turborreatores e turbopropulsores de grande empuxo —, além de gás natural liquefeito, petróleo bruto, óleo diesel, naftas utilizadas pela indústria petroquímica e carvão betuminoso.

Dependência de importações concentradas

Uma análise realizada em maio pela consultoria Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados apontou que metade dos dez produtos mais importados pelo Brasil em 2024 veio dos EUA. Os turborreatores utilizados em aviões se destacam nesse cenário, com 85% de sua origem nos Estados Unidos. O país também foi responsável por 66% das importações brasileiras de partes de turborreatores e turbopropulsores, além de fornecer 54,5% das naftas utilizadas na indústria petroquímica.

Esse alto grau de concentração em fornecedores norte-americanos pode tornar o Brasil vulnerável a sanções comerciais ou mudanças tarifárias. Segundo a Nexus, qualquer imposição de tarifas sobre esses produtos — como cogitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em resposta a novas taxas anunciadas por Donald Trump — teria efeitos relevantes sobre o equilíbrio da balança comercial entre as duas nações.