Após reunião com banqueiros, Fazenda admite discutir alternativas à alta do IOF

Após encontro realizado nesta quarta-feira (28) com os principais executivos do setor bancário, o Ministério da Fazenda indicou abertura para rever a proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A reunião contou com a presença do ministro Fernando Haddad, presidentes de grandes bancos privados e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo está "sensível" às preocupações do setor financeiro e disposto a analisar alternativas para equilibrar as contas públicas sem depender exclusivamente de elevações na carga tributária. "Estamos abertos ao diálogo e vamos nos debruçar sobre as alternativas apresentadas", declarou Durigan, que classificou a reunião como produtiva.

A principal preocupação dos bancos é o impacto do aumento do IOF sobre operações de crédito, especialmente sobre modalidades como o risco sacado, que antes não eram tributadas. Isaac Sidney avaliou o encontro como positivo e ressaltou que o setor bancário não se opõe a contribuir com o ajuste fiscal, mas defende que a solução não pode se restringir ao aumento de impostos. Ele reforçou que outras medidas devem ser consideradas para alcançar o equilíbrio fiscal.

Durigan também mencionou que o governo já promoveu ajustes no decreto que trata do IOF, como a correção na tributação de investimentos no exterior, evitando distorções no mercado. Segundo ele, as sugestões apresentadas pela Febraban serão cuidadosamente avaliadas pela equipe econômica antes de qualquer decisão definitiva.

Apesar da disposição para o diálogo, a Fazenda alertou que qualquer alteração na proposta pode acarretar novos cortes no Orçamento, já que o governo precisa garantir a recomposição das receitas previstas. O secretário reiterou que o processo de discussão continua e novas deliberações devem ser tomadas após consultas adicionais com o Congresso Nacional e representantes do mercado.

A expectativa é de que a definição sobre o futuro do IOF seja anunciada nos próximos dias, após nova rodada de negociações com os atores envolvidos. Enquanto isso, o setor financeiro mantém a pressão para que o governo opte por um modelo de ajuste que vá além do aumento de impostos.