A defensoria pública de alagoas divulgou nesta terça-feira (11) a nota técnica 04/2022 do serviço geológico do brasil, trazendo novas informações sobre os impactos da mineração da braskem em maceió. O documento aponta movimentações do solo além da área oficialmente reconhecida como de risco, alcançando trechos da avenida fernandes lima, uma das principais vias da capital.
relatório indica que impactos podem ter sido subestimados
A análise por interferometria de radar detectou movimentações sutis do solo não apenas nos flexais e na levada, mas também em direções que extrapolam a avenida fernandes lima. No entanto, os especialistas alertam que o método utilizado tem limitações para identificar subsidências inferiores a 5 mm/ano, o que pode indicar uma subestimação do problema.
Além disso, o documento aponta falhas no monitoramento da área afetada, ressaltando que a ausência de tecnologias como laser scanner e levantamentos topográficos detalhados compromete a avaliação precisa do risco. A recomendação é a implementação imediata dessas metodologias para melhor delimitação das áreas impactadas.
área de risco pode estar sendo subestimada desde 2022
Outro ponto crítico do relatório é a possibilidade de que a área de risco tenha sido subestimada nos últimos anos. Especialistas alertam que a velocidade de afundamento registrada em 2022 não foi somada aos valores anteriores, o que pode mascarar a evolução do problema. Apesar de a baixa taxa de subsidência não representar risco imediato à vida, há potencial para danos estruturais significativos.
O defensor público ricardo melro destacou a necessidade de medidas urgentes. “Vamos recomendar à cprm e à defesa civil que revisem a delimitação da área de risco, implementem tecnologias mais avançadas de monitoramento e inspecionem novamente as regiões do flexal de cima e flexal de baixo”, afirmou.
Defesa Civil rebate dados e mantém monitoramento atual
A defesa civil de maceió informou que a inclusão de novas áreas no mapa de ações prioritárias segue critérios rigorosos, validados pelo serviço geológico do brasil e pela defesa civil nacional. Segundo a nota enviada ao jornal de alagoas, a movimentação identificada no relatório está abaixo do limite estabelecido para ser considerada como um risco efetivo.
Ainda assim, a defesa civil reafirmou seu compromisso com a transparência e garantiu que continuará monitorando toda a região com base em critérios técnicos.