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Economia
09/02/2025 12:00:00

Superávit da balança comercial cai 65,1% em janeiro com alta das importações e queda das exportações

Superávit da balança comercial cai 65,1% em janeiro com alta das importações e queda das exportações

O superávit da balança comercial brasileira registrou uma queda de 65,1% em janeiro de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior, influenciado pelo aumento das importações e pela redução no volume e nos preços de exportação. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o país exportou US$ 2,164 bilhões a mais do que importou no primeiro mês do ano.

Esse foi o menor saldo comercial para meses de janeiro desde 2022, quando a balança apresentou um déficit de US$ 59,1 milhões. Apesar do recuo, o volume exportado em janeiro de 2025 foi o segundo maior da série histórica, ficando atrás apenas do resultado de 2024. No período, o Brasil exportou US$ 25,18 bilhões, uma queda de 5,7% em relação a janeiro do ano passado, enquanto as importações somaram US$ 23,016 bilhões, registrando um aumento de 12,2% e atingindo um recorde para o mês.

Queda nas exportações e impacto dos preços internacionais

A retração nas exportações foi impulsionada principalmente pela queda nos preços internacionais de commodities como soja, milho, ferro, petróleo e açúcar. A entressafra de grãos também agravou a situação, reduzindo a quantidade exportada. Apesar desse cenário, alguns produtos registraram aumento nas vendas, como café e celulose, que ajudaram a mitigar parcialmente a queda nos valores exportados.

No setor agropecuário, a quantidade exportada caiu 6,7%, com redução média de 4% nos preços. Já a indústria de transformação registrou uma queda de 2,7% no volume exportado, mas os preços médios subiram 2,5%, refletindo a crise econômica na Argentina, um dos principais compradores de produtos industrializados brasileiros. No segmento extrativo, que inclui minérios e petróleo, a quantidade exportada teve um leve crescimento de 6,1%, mas os preços médios caíram 18,3% devido à oscilação da demanda global, principalmente da China.

Alta nas importações impulsionada por máquinas e fertilizantes

Do lado das importações, o crescimento foi puxado pela alta na compra de máquinas, motores, componentes de veículos, compostos orgânicos e fertilizantes químicos. O destaque foi o aumento de 56,7% nas importações de motores e máquinas em relação a janeiro do ano passado. No total, o volume de mercadorias importadas cresceu 19,5%, enquanto os preços médios caíram 6,1%, indicando uma maior demanda externa impulsionada pela recuperação da economia nacional.

Perspectivas para 2025

O Mdic divulgou projeções para a balança comercial em 2025, estimando um superávit entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões ao longo do ano. As exportações devem variar entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, enquanto as importações devem oscilar entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões.

Já o Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que reúne as expectativas do mercado, projeta um superávit de US$ 75,7 bilhões para 2025. Em 2024, o saldo positivo foi de US$ 74,176 bilhões, com exportações totalizando US$ 337,046 bilhões e importações somando US$ 262,869 bilhões, segundo os dados revisados pelo Mdic.

O cenário para este ano dependerá da recuperação dos preços das commodities no mercado global, do desempenho da economia chinesa e da demanda internacional por produtos brasileiros. Além disso, a evolução das importações pode indicar um fortalecimento da economia interna, mas também pode pressionar a balança comercial caso o crescimento das compras externas continue superando o das exportações.



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