O subsecretário-geral da ONU para Assistência Humanitária, Tom Fletcher, anunciou nesta quinta-feira (6) que mais de 10 mil caminhões com suprimentos chegaram a Gaza nas duas semanas seguintes ao cessar-fogo. O chefe humanitário destacou que houve "enorme progresso" na entrega de alimentos, medicamentos e tendas para a população afetada.
Fletcher acompanhou um comboio de auxílio ao norte de Gaza e agradeceu às partes envolvidas por permitirem esse avanço. Ele também visitou Ramallah e Jerusalém Oriental, onde se reuniu com ONGs que atuam na assistência e proteção civil. Segundo ele, essas operações ocorrem sob forte pressão e em uma das regiões mais perigosas para a entrega de ajuda.
Ao visitar moradores de Silwan, em Jerusalém Oriental, que enfrentam demolições e despejos forçados, Fletcher relatou a história de uma família local, ressaltando que essa é a realidade de muitas pessoas que cresceram e criaram seus filhos ali.
A presença de Fletcher no Oriente Médio incluiu encontros com o presidente israelense, Isaac Herzog, e representantes do governo em Tel Aviv e Jerusalém. Ele defendeu que o avanço obtido desde o cessar-fogo permitirá uma maior movimentação de ajuda humanitária para Gaza.
O Escritório da ONU de Assistência Humanitária (Ocha) anunciou planos para ampliar as operações de apoio em parceria com organizações locais. Avaliações estão sendo realizadas para identificar as necessidades das famílias deslocadas, com atenção especial às mais vulneráveis.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou que 22 padarias já foram reativadas para auxiliar no abastecimento alimentar.
Na área da saúde, cinco ambulâncias começaram a operar para reforçar o atendimento emergencial. Desde o início do cessar-fogo, mais de 100 pontos de atendimento médico desativados estão sendo avaliados para possíveis reabilitações.
Além disso, a ONU confirmou que mais de 500 mil palestinos deslocados retornaram às províncias de Gaza e do Norte de Gaza desde a trégua nos combates. Entretanto, a necessidade urgente por tendas e materiais de abrigo continua sendo uma prioridade, especialmente diante das chuvas e das condições precárias em que essas famílias estão vivendo.