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Economia
05/02/2025 12:00:00

Alta dos Juros e Crédito Mais Caro Reduzem Confiança dos Empresários em 3,3%

Alta dos Juros e Crédito Mais Caro Reduzem Confiança dos Empresários em 3,3%

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou queda de 3,3% em janeiro, atingindo 112 pontos em Maceió, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio Alagoas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse resultado confirma a tendência de retração observada desde dezembro, quando o índice caiu 1,6%, passando de 117,7 pontos em novembro para 115,8 pontos.

De acordo com o Instituto Fecomércio, essa redução na confiança empresarial está relacionada às condições econômicas e às expectativas para o primeiro trimestre de 2025. O assessor econômico Francisco Rosário explica que o aumento dos juros e o crédito mais caro têm afetado as projeções de curto prazo, indicando uma possível redução nas vendas.

A queda na confiança reflete-se nos subindicadores do Icec: o de condições atuais recuou 3,1%, o de expectativas caiu 4,2% e o de intenções de investimento teve queda de 2,3%. Os fatores mais impactantes foram as avaliações sobre as condições da economia (-5,3%) e do setor comercial (-4,7%). Esses números sugerem um ajuste do mercado pelo lado da oferta, conforme percepção dos empresários.

Confiança sobe em pequenas empresas, mas cai no setor de bens duráveis

A pesquisa revela que a confiança se manteve estável nas grandes empresas (acima de 50 funcionários), com 119,8 pontos em janeiro, pouco abaixo dos 120,4 pontos registrados em dezembro. Já nas empresas com até 50 funcionários, houve um leve aumento, passando de 111,8 para 115,7 pontos. Esse ajuste demonstra que algumas medidas foram adotadas no final de 2024 para antecipar os desafios esperados para o início deste ano, especialmente devido ao crédito mais caro que afeta tanto os negócios quanto o consumo.

No varejo, o setor de bens duráveis (eletroeletrônicos, móveis e materiais de construção) registrou a maior queda, com uma retração de 10,4% nas expectativas empresariais. O segmento de semiduráveis (vestuário, tecidos e calçados) caiu 2,4%, enquanto o setor de bens não-duráveis (supermercados, farmácias e perfumarias) apresentou um crescimento de 3,3%.

Essa queda nos setores de bens duráveis e semiduráveis reflete um ajuste nas expectativas, já que ambos os segmentos tiveram alta no final de 2024 impulsionados pelo aumento do consumo típico desse período. No entanto, em janeiro, os empresários passaram a projetar um cenário mais desafiador para o primeiro trimestre, influenciado pelo aumento da inflação de alimentos, a alta dos juros e o pico do dólar registrado no final do ano passado. Esses fatores impactam diretamente a reposição de estoques e o poder de compra dos consumidores.

Redução nos investimentos e estoques

A pesquisa também aponta um cenário pouco favorável para investimentos, com a Intenção de Contratação de Novos Funcionários (ICEC) registrando uma queda de 7,9% em comparação ao mês anterior.

Os estoques de bens duráveis também sofreram uma redução de 7,1%, refletindo o desânimo dos empresários quanto ao consumo e à movimentação desses produtos. Por outro lado, os setores de bens semiduráveis e não-duráveis demonstraram maior otimismo, registrando crescimento de 7,6% e 6,8%, respectivamente.

O cenário atual indica que o empresariado está ajustando suas expectativas e estratégias diante dos desafios econômicos do início de 2025, buscando alternativas para minimizar os impactos da inflação e da alta dos juros sobre o consumo e os investimentos.



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