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01/02/2025 09:00:00

Zumbido no ouvido pode indicar perda auditiva e outras doenças

Zumbido no ouvido pode indicar perda auditiva e outras doenças

O zumbido no ouvido, caracterizado por sons como apitos ou chiados, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com dados da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, cerca de 28 milhões de brasileiros convivem com esse sintoma. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 278 milhões de pessoas são afetadas globalmente. Embora não seja considerado uma doença, o zumbido pode ser um sinal de alerta para problemas mais graves que comprometem a saúde auditiva e geral.

Causas e fatores de risco do zumbido

O zumbido pode afetar pessoas de todas as idades e estar relacionado a diversas causas. Entre os fatores mais comuns, destacam-se:

  • Exposição a barulhos intensos, especialmente por longos períodos;
  • Envelhecimento natural, que pode reduzir a capacidade auditiva;
  • Alterações metabólicas e hormonais, como diabetes e problemas na tireoide;
  • Uso excessivo de fones de ouvido, especialmente em jovens e adolescentes;
  • Infecções no ouvido, tabagismo, consumo de álcool e uso de medicamentos que afetam a audição;
  • Doenças autoimunes e hipertensão arterial, que podem comprometer a circulação sanguínea no ouvido interno.

Jovens e o uso de fones de ouvido

Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conduzido pela Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), entrevistou 170 adolescentes entre 11 e 17 anos em 2017. A pesquisa revelou que 54,7% dos jovens relataram zumbido nos últimos 12 meses, e 51% perceberam o sintoma logo após o uso prolongado de fones de ouvido ou após exposição a locais muito barulhentos, como festivais e shows.

Além disso, 28,8% dos adolescentes apresentaram níveis de zumbido semelhantes aos observados em adultos, demonstrando que a exposição frequente a sons elevados pode comprometer a audição ainda na juventude.

A fonoaudióloga especialista Vanessa Gardini, da clínica Pró-Ouvir Aparelhos Auditivos, alerta sobre os riscos dos fones de ouvido, que podem atingir até 120 decibéis (dB) diretamente no tímpano. Segundo ela, a audição humana suporta até 70 dB sem danos, e sons acima dessa medida podem gerar lesões auditivas irreversíveis. Ruídos urbanos intensos podem atingir 90 dB, enquanto sons acima de 110 dB podem causar dor imediata e danos permanentes em poucos segundos.

Diagnóstico e exames para identificar o zumbido

Para avaliar a gravidade do zumbido, é essencial procurar um especialista. Entre os exames mais comuns para diagnóstico, estão:

  • Audiometria – Avalia a capacidade auditiva do paciente;
  • Acufenometria – Mede a frequência e intensidade do zumbido;
  • Exames de sangue – Podem identificar problemas metabólicos e hormonais relacionados ao sintoma.

Impacto emocional e opções de tratamento

O zumbido no ouvido pode gerar grande impacto emocional e social, afetando a qualidade de vida, o sono, a concentração e o bem-estar do paciente. Segundo a fonoaudióloga Vanessa Gardini, aparelhos auditivos modernos podem ser uma alternativa eficaz, não apenas para melhorar a audição, mas também para oferecer terapias sonoras que ajudam a mascarar o zumbido.

Além dos tratamentos auditivos, mudanças no estilo de vida podem colaborar na redução do sintoma. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e reduzir o estresse são algumas recomendações importantes para amenizar o problema. O tratamento do zumbido varia de acordo com suas causas, e um diagnóstico precoce pode evitar complicações mais graves no futuro.