Dormir com o celular na cama ou próximo dela é um hábito bastante comum, mas será que isso representa algum risco à saúde? Além de prejudicar a qualidade do sono, há muitas dúvidas sobre a radiação emitida por esses dispositivos. Afinal, é seguro mantê-los próximos enquanto dormimos?
De acordo com especialistas, a resposta é tranquilizadora: os celulares emitem uma radiação de baixa energia, que não tem força suficiente para causar danos ao DNA ou aumentar o risco de problemas graves de saúde, como câncer.
Os celulares emitem um tipo de radiação conhecida como radiofrequência, que faz parte da faixa de baixa energia do espectro eletromagnético. Essa radiação é não ionizante, ou seja, incapaz de alterar o DNA ou causar danos significativos às células do corpo humano.
Conforme explica Thiago Celestino Chulam, do A.C.Camargo Cancer Center, "não há evidências científicas que associem a radiação dos celulares ao desenvolvimento de tumores".
Estudos recentes, incluindo uma pesquisa conduzida pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), analisaram o uso prolongado de celulares em mais de 250 mil pessoas e não encontraram aumento no risco de tumores cerebrais, mesmo entre aqueles que usavam o dispositivo com frequência.
A radiação emitida por celulares, incluindo as tecnologias 2G, 3G, 4G e 5G, opera em frequências que variam de 0,7 GHz a 80 GHz. Embora o 5G utilize frequências mais altas, todas permanecem na faixa não ionizante.
Em contraste, radiações ionizantes, como as de raios-X, possuem alta energia e podem causar alterações no DNA, aumentando o risco de doenças como câncer. No entanto, isso não se aplica às radiações emitidas por celulares.
Helen Paredes de Souza, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ressalta que "não há aumento significativo no risco de câncer associado à exposição à radiação emitida por aparelhos portáteis".
Embora o uso do celular não represente riscos significativos relacionados à radiação, ele pode impactar outros aspectos da saúde. O uso excessivo, especialmente à noite, pode prejudicar a qualidade do sono devido à emissão de luz azul, que inibe a produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o sono.
O uso prolongado também pode contribuir para problemas comportamentais, ansiedade e outros transtornos psíquicos. Por isso, especialistas recomendam moderação no uso do celular, principalmente antes de dormir.
Para melhorar a qualidade do sono e evitar impactos negativos do uso do celular, confira algumas recomendações:
Embora os celulares emitam radiação, ela é de baixa energia e não apresenta riscos significativos à saúde, como o desenvolvimento de câncer. No entanto, o uso excessivo do celular pode afetar o sono e a saúde mental. Adotar hábitos equilibrados no uso da tecnologia e seguir práticas saudáveis pode ajudar a evitar esses problemas e melhorar a qualidade de vida.