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Acidente
25/01/2025 04:00:00

Oito integrantes do PCC são condenados por plano de sequestro e assassinato de Sergio Moro

Plano foi classificado como extorsão mediante sequestro; juíza ressaltou que ação só foi frustrada graças à intervenção da Polícia Federal.

Oito integrantes do PCC são condenados por plano de sequestro e assassinato de Sergio Moro

Oito membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram condenados por envolvimento em um plano de sequestro e assassinato do senador e ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil-PR), desmantelado em 2023 pela Operação Sequaz. As penas aplicadas pela juíza Sandra Regina Soares, da 9.ª Vara Federal de Curitiba, chegam a 14 anos e nove meses de prisão.

Em sua sentença, a magistrada destacou que o caso não foi isolado, mas parte de uma "atuação criminosa contínua e extremamente estratégica" da facção. O plano foi elaborado pela célula chamada "sintonia restrita", que atua como um núcleo de inteligência do PCC.

"Os autos evidenciam que a facção não apenas planejou o sequestro mediante extorsão aqui tratado, mas também realizou levantamentos de outras autoridades públicas, demonstrando um modus operandi recorrente e meticuloso", afirmou a juíza.

Frustração do plano pela Polícia Federal

O crime foi tipificado como extorsão mediante sequestro, e a juíza enfatizou que o plano só não foi consumado devido à intervenção da Polícia Federal. "A desistência inicial não foi voluntária, mas fruto de intervenções externas. Os réus mantiveram a intenção de consumar o crime, retomando suas ações até serem definitivamente impedidos pela atuação das autoridades policiais", explicou.

No momento em que a Operação Sequaz foi deflagrada, o PCC já monitorava os passos de Sergio Moro e sua família, tendo alugado imóveis que seriam usados como cativeiro. A investigação revelou que outros agentes públicos, como o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e agentes penitenciários, também eram alvos da facção, com planos de sequestros e assassinatos coordenados em diferentes Estados.

Motivações do plano

O plano teria sido motivado pelas medidas adotadas por Sergio Moro durante seu mandato como ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Entre elas, estavam a proibição de visitas íntimas em presídios federais e a transferência de líderes da facção para unidades de segurança máxima.

Quem foi condenado

  1. Claudinei Gomes Carias ("Nei" ou "Carro") – responsável por monitorar Moro e sua família em Curitiba;
  2. Franklin da Silva Correa ("Frank") – ajudou na parte operacional do plano;
  3. Herick da Silva Soares ("Sonata") – participou de atividades logísticas, como levantamento de dados, compra de carros e aluguel de imóveis;
  4. Aline Arndt Ferri – buscou informações pessoais de Moro e sua família;
  5. Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui – procurou imóveis para servirem como cativeiro;
  6. Hemilly Adriane Mathias Abrantes – registrou um carro blindado em nome de um laranja para uso no plano;
  7. Aline de Lima Paixão – companheira do líder do grupo, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como "Nefo";
  8. Oscalina Lima Graciote – ex-companheira de "Nefo".

Três réus foram absolvidos.

O destino do líder do grupo

Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o "Nefo", identificado como o líder da operação, foi morto em junho de 2024 na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira (P2), em Presidente Venceslau, São Paulo.

A sentença reforça o impacto das ações da Polícia Federal no desmonte de esquemas do PCC, mas também ressalta os desafios contínuos no enfrentamento da facção criminosa.