O Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT/AL) iniciou uma investigação para apurar as circunstâncias de um acidente ocorrido na quarta-feira (22/01) em uma área de obras da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió. O caso envolveu o tombamento de uma caçamba, deixando o motorista ferido.
Segundo relatos de testemunhas, o solo teria tremido antes de ceder, o que provocou o tombamento do veículo. A caçamba virou com as rodas para cima, causando ferimentos ao motorista identificado pelas iniciais A.S.B., de 37 anos. Ele foi socorrido por equipes de emergência da Braskem e encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE).
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o motorista sofreu uma fratura no fêmur e está internado na enfermaria do HGE, com estado de saúde estável. A Braskem confirmou o acidente, informando que o episódio foi comunicado pela empresa terceirizada MTSul, responsável pelas obras de drenagem e estabilização na área.
Declarações Oficiais e Omissões
Em nota, a Braskem informou que o operador da caçamba foi prontamente atendido e levado para um hospital, mas não se manifestou sobre o suposto tremor de terra relatado por trabalhadores e moradores locais.
A Defesa Civil de Maceió, procurada pela imprensa, também não se pronunciou sobre o possível tremor de solo ou suas implicações na segurança das obras e das áreas circunvizinhas.
Moradores e trabalhadores relataram que não houve presença da Defesa Civil no local após o incidente. Segundo um trabalhador, "houve um tremor seguido de deslizamento de terra, fazendo a máquina cair pela encosta onde a Braskem realizou a remoção das famílias e a demolição das casas da região".
Histórico de Acidentes no Local
Este não é o primeiro acidente registrado no canteiro de obras do Mutange. Em janeiro de 2024, um trabalhador que operava um guincho próximo à mina 18 também sofreu um acidente, embora a Braskem tenha negado o ocorrido à época.
A área é conhecida por ser uma zona de risco devido à instabilidade do solo, que forçou a desocupação e demolição de residências no bairro.
O MPT/AL segue investigando o caso sob o protocolo nº 187/2025, buscando esclarecer as causas do acidente, enquanto cresce a pressão por maior fiscalização e garantias de segurança para os trabalhadores e a população local.