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Uma pequena fruta vermelha, conhecida como "fruta do milagre" (Synsepalum dulcificum), tem ganhado popularidade nas redes sociais por sua capacidade única de transformar sabores ácidos ou amargos em doces. Esse efeito é causado por uma proteína chamada miraculina, que altera a percepção do paladar por até duas horas. Apesar da curiosidade gerada, especialistas alertam para os riscos associados ao consumo indiscriminado da fruta, especialmente de suas partes específicas, como o caroço e as folhas.
Nativa da África, a "fruta do milagre" é cultivada de forma limitada no Brasil, principalmente em viveiros de plantas exóticas e propriedades especializadas. Seu principal atrativo está na habilidade de "enganar" as papilas gustativas, bloqueando a acidez e o amargor e realçando a doçura de alimentos consumidos após sua ingestão.
Na última terça-feira (21), um incidente com a fruta chamou atenção. Lígia Bedini, assistente de direção do programa Mais Você, sofreu uma reação alérgica grave ao morder o caroço da fruta durante os preparativos de uma reportagem. Ela apresentou sintomas de fechamento da glote e dificuldade respiratória, necessitando de socorro imediato e hospitalização.
O caso foi mencionado pela apresentadora Ana Maria Braga, que alertou o público sobre os perigos do consumo inadequado da fruta. Segundo o médico que atendeu Lígia, o caroço e as folhas da planta podem causar queimaduras na boca e na garganta, evidenciando os riscos associados à manipulação e ingestão.
Especialistas reforçam que, embora a fruta tenha um efeito curioso, sua popularidade nas redes sociais pode mascarar os riscos. "Ela não é naturalmente doce, mas inibe a percepção de acidez. O consumo sem orientação pode causar reações inesperadas", explicou o biólogo Marco Bravo. Além disso, a manipulação de partes como o caroço e as folhas pode resultar em lesões e reações alérgicas, como queimaduras químicas e irritações.
O aumento da popularidade da fruta é atribuído a vídeos de influenciadores experimentando seus efeitos e promovendo desafios, o que impulsionou a busca por ela. No entanto, especialistas recomendam cautela ao adquirir e consumir a fruta, destacando a necessidade de conhecimento sobre sua manipulação. "É essencial consultar um especialista antes de experimentar plantas exóticas, especialmente aquelas que podem apresentar riscos à saúde", aconselhou o médico nutrólogo Alexandre Santos.
Apesar de sua fama como curiosidade gastronômica, a "fruta do milagre" não é isenta de perigos. A orientação médica e o consumo consciente são fundamentais para evitar reações adversas e proteger a saúde.
