Nas últimas semanas, um aumento de infecções respiratórias na China atraiu a atenção global, com destaque para o metapneumovírus humano (hMPV). Embora não seja um vírus novo — identificado pela primeira vez na Holanda em 2001 —, o hMPV tem preocupado autoridades de saúde, especialmente por sua circulação em populações vulneráveis, como crianças, idosos e imunossuprimidos.
O metapneumovírus humano é um agente respiratório comum, relacionado ao vírus sincicial respiratório (VSR). Ambos são responsáveis por infecções respiratórias como resfriados e, em casos graves, pneumonia e bronquiolite.
Transmissão e sintomas
O hMPV é transmitido por partículas respiratórias e contato com superfícies contaminadas. Os sintomas incluem:
Em casos graves, pode causar dificuldade para respirar, fadiga intensa, desidratação e febre persistente.
Não há vacina ou medicação específica para o hMPV. As medidas de prevenção incluem:
O tratamento é baseado no alívio dos sintomas, com uso de analgésicos, anti-inflamatórios e, em casos graves, hospitalização para suporte respiratório.
A infectologista Sarah Dominique aponta que o diagnóstico do hMPV é limitado no Brasil devido à falta de inclusão nos fluxogramas de exames padrão do SUS. O sistema público realiza testes para Covid-19 e influenza inicialmente, investigando outros vírus respiratórios apenas se os primeiros forem negativos.
Essa abordagem, segundo Dominique, dificulta a identificação do hMPV e outras coinfecções respiratórias. Além disso, como o hMPV não está no rol da OMS, os planos de saúde também não cobrem exames para detectá-lo.
Críticas ao modelo de testagem
A médica critica a falta de um painel viral mais abrangente no Brasil, que permitiria um monitoramento mais eficiente da circulação de vírus respiratórios. Ela sugere que a inclusão de testes para hMPV e outros agentes em fluxogramas do SUS é essencial para melhorar a vigilância epidemiológica e permitir respostas mais rápidas a surtos.
Embora o hMPV não seja uma ameaça emergente como a Covid-19, seu impacto em populações vulneráveis reforça a necessidade de uma vigilância mais ampla. Investir em diagnóstico e prevenção pode ajudar a evitar surpresas em cenários de surtos futuros.