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Acidente
20/01/2025 02:00:00

Surto de infecções respiratórias na China chama atenção para o metapneumovírus humano (hMPV)

Surto de infecções respiratórias na China chama atenção para o metapneumovírus humano (hMPV)

Nas últimas semanas, um aumento de infecções respiratórias na China atraiu a atenção global, com destaque para o metapneumovírus humano (hMPV). Embora não seja um vírus novo — identificado pela primeira vez na Holanda em 2001 —, o hMPV tem preocupado autoridades de saúde, especialmente por sua circulação em populações vulneráveis, como crianças, idosos e imunossuprimidos.

O que é o hMPV?

O metapneumovírus humano é um agente respiratório comum, relacionado ao vírus sincicial respiratório (VSR). Ambos são responsáveis por infecções respiratórias como resfriados e, em casos graves, pneumonia e bronquiolite.

Transmissão e sintomas
O hMPV é transmitido por partículas respiratórias e contato com superfícies contaminadas. Os sintomas incluem:

  • Tosse;
  • Febre;
  • Dor de garganta;
  • Congestão nasal;
  • Dores musculares e de cabeça.

Em casos graves, pode causar dificuldade para respirar, fadiga intensa, desidratação e febre persistente.

Grupos de risco

  • Crianças pequenas, especialmente lactentes e prematuras;
  • Idosos acima de 65 anos;
  • Imunossuprimidos;
  • Pessoas com doenças crônicas, como asma, bronquite ou insuficiência cardíaca.

Prevenção e tratamento

Não há vacina ou medicação específica para o hMPV. As medidas de prevenção incluem:

  • Lavar frequentemente as mãos;
  • Usar máscaras em ambientes fechados ou lotados;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Higienizar superfícies frequentemente tocadas.

O tratamento é baseado no alívio dos sintomas, com uso de analgésicos, anti-inflamatórios e, em casos graves, hospitalização para suporte respiratório.

Desafios no diagnóstico no Brasil

A infectologista Sarah Dominique aponta que o diagnóstico do hMPV é limitado no Brasil devido à falta de inclusão nos fluxogramas de exames padrão do SUS. O sistema público realiza testes para Covid-19 e influenza inicialmente, investigando outros vírus respiratórios apenas se os primeiros forem negativos.

Essa abordagem, segundo Dominique, dificulta a identificação do hMPV e outras coinfecções respiratórias. Além disso, como o hMPV não está no rol da OMS, os planos de saúde também não cobrem exames para detectá-lo.

Críticas ao modelo de testagem
A médica critica a falta de um painel viral mais abrangente no Brasil, que permitiria um monitoramento mais eficiente da circulação de vírus respiratórios. Ela sugere que a inclusão de testes para hMPV e outros agentes em fluxogramas do SUS é essencial para melhorar a vigilância epidemiológica e permitir respostas mais rápidas a surtos.

Conclusão

Embora o hMPV não seja uma ameaça emergente como a Covid-19, seu impacto em populações vulneráveis reforça a necessidade de uma vigilância mais ampla. Investir em diagnóstico e prevenção pode ajudar a evitar surpresas em cenários de surtos futuros.



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