O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, estão discutindo a possibilidade de enviar tropas à Ucrânia para atuarem como uma força de manutenção da paz caso um acordo com a Rússia seja alcançado. Essa proposta, que conta com o apoio de Macron e tem sido tema de diálogos com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e outros líderes europeus, enfrenta obstáculos financeiros e receios de escalada do conflito.
Proposta e desafios
A ideia prevê o envio de soldados britânicos e franceses para garantir o cumprimento de um eventual acordo de paz, além da criação de uma zona desmilitarizada de 800 milhas ao longo da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, guarnecida por tropas ocidentais. Macron tem liderado as discussões, enquanto Keir mantém uma postura mais cautelosa, sem assumir compromissos definitivos.
Fontes do governo britânico destacam as dificuldades relacionadas aos custos e aos riscos de escalada do conflito. Além disso, a oposição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ao envio de tropas americanas para conflitos externos reforça a necessidade de protagonismo europeu na questão.
Reações e limitações
Enquanto países aliados discutem a proposta, a Polônia, por exemplo, mostrou resistência à ideia, com Donald Tusk minimizando o envolvimento polonês. O Reino Unido, apesar de apoiar a soberania ucraniana, preocupa-se com os impactos financeiros e estratégicos de uma mobilização militar. Keir anunciou planos para aumentar os gastos com defesa, mas sua implementação dependerá das condições econômicas futuras.
A Rússia poderia interpretar essa mobilização como uma escalada do conflito, um receio que tem acompanhado o Ocidente desde o início da invasão russa em 2022. A ausência da Ucrânia na OTAN também limita a obrigação de defesa coletiva, embora sua adesão à aliança seja amplamente defendida por líderes ocidentais.
Próximos passos
Com a posse iminente de Trump, que pressiona por um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, e a visita planejada de Keir Starmer à Ucrânia, o tema ganha relevância no cenário internacional. A Europa busca fortalecer seu papel no apoio à Ucrânia, mas as decisões sobre a implementação de uma força de paz ainda dependem das negociações em curso e da reação da comunidade internacional.