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Polícia
15/01/2025 05:00:00

PCC teria ordenado criação de ONG para denunciar falsos abusos em presídios


PCC teria ordenado criação de ONG para denunciar falsos abusos em presídios

Uma investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP) revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria criado uma ONG com o objetivo de relatar falsas denúncias de torturas e abusos no sistema prisional paulista. A operação "Scream Fake", deflagrada nesta terça-feira (14), resultou na emissão de 12 mandados de prisão e buscas em 14 endereços, abrangendo São Paulo, a Região Metropolitana, o interior do estado e Londrina, no Paraná.

Entre os investigados estão três advogados e o presidente da ONG, acusados de ligação direta com a facção criminosa. De acordo com o MP, a organização ajuizava ações judiciais baseadas em acusações inventadas, influenciando decisões dentro do sistema penitenciário, incluindo mudanças de diretores e perfis de presos.

Denúncias falsas e influência no sistema prisional
A investigação apontou que a ONG teria feito denúncias fictícias sobre a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, afirmando a existência de práticas como torturas, abusos, um "corredor da morte" e o chamado "trem fantasma". Essas alegações resultaram na substituição do diretor da unidade e na mudança de perfis de detentos.

“O relatório indica que a facção criminosa orientava a ONG a apresentar essas denúncias falsas, prejudicando o funcionamento das instituições e favorecendo interesses da organização criminosa,” explicou o delegado Ramon Guarnieri.

Ação judicial e estrutura do esquema
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, o esquema envolvia quatro setores da facção, chamados de “sintonias”. Um desses, conhecido como “sintonia dos gravatas”, era responsável por prestar suporte jurídico aos membros da facção. A investigação identificou a participação ativa de advogados no esquema, tanto na formulação de denúncias como na defesa dos interesses do grupo.

As atividades da ONG, incluindo suas redes sociais, foram suspensas por determinação judicial, e as operações para desmantelar o esquema levaram três anos. O trabalho começou após a apreensão de mídias externas durante uma revista na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, uma unidade de segurança máxima que abriga líderes do PCC.

Próximos passos da investigação
A Justiça autorizou o bloqueio das atividades da organização e o congelamento de suas contas. Agora, o MP e a Polícia Civil concentram esforços na identificação de outros envolvidos e na análise de possíveis ramificações do esquema em outras unidades prisionais. A operação também visa impedir que novas ações fraudulentas prejudiquem a gestão do sistema penitenciário e a credibilidade das denúncias legítimas.



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