O ano de 2024 ficou marcado como o mais fatal para os profissionais de imprensa, com 179 jornalistas mortos em 25 países, segundo o relatório anual da Press Emblem Campaign (PEC). Quase 75% das mortes ocorreram em zonas de conflito, com destaque para o Oriente Médio, especialmente a Faixa de Gaza, epicentro de 80 dessas fatalidades.
O agravamento das hostilidades em Gaza, iniciado em 7 de outubro de 2023, resultou em 161 mortes de jornalistas em menos de um ano, um recorde alarmante. Blaise Lempen, presidente da PEC, classificou os dados como sem precedentes, destacando a urgência de um mecanismo internacional para proteger jornalistas em zonas de guerra. Segundo Lempen, a quantidade de mortes é a maior registrada desde o início do século, ressaltando a vulnerabilidade da profissão.
Além do Oriente Médio, a guerra na Ucrânia teve um impacto significativo, com 21 mortes, incluindo 19 jornalistas ucranianos e o correspondente estrangeiro Ryan Evans, da Reuters. A jornalista Victoria Rochtchina, morta sob custódia russa, foi outro caso emblemático.
Fora das áreas de conflito, o Paquistão registrou 12 mortes, refletindo uma crescente insegurança para a mídia. No México, conhecido pelos perigos à profissão, sete jornalistas foram assassinados. Rússia, Bangladesh, Sudão, Índia e Colômbia também apresentaram números preocupantes.
Nos últimos dez anos, 1.159 jornalistas perderam suas vidas globalmente, com uma média de 2,25 mortes por semana. Gaza e Cisjordânia lideraram as zonas mais perigosas nos últimos cinco anos, seguidas por Ucrânia, México, Paquistão e Índia.
A PEC condenou os ataques contra jornalistas e pediu investigações independentes para acabar com a impunidade. O relatório destacou dezembro como o mês mais violento de 2024, com 20 mortes registradas. A entidade reforçou a importância da proteção aos profissionais de mídia, apontando que sem uma imprensa livre e segura, a verdade e a democracia estão ameaçadas.
Esse panorama trágico ressalta a necessidade de ações globais para proteger jornalistas, essenciais para a defesa da democracia e da liberdade de expressão.