As autoridades sul-coreanas suspenderam nesta sexta-feira (3) a operação para prender o presidente deposto Yoon Suk Yeol, após a segurança presidencial bloquear o acesso à residência oficial. Yoon enfrenta um processo de impeachment e acusações de insurreição por ter declarado lei marcial em dezembro.
Destituído do cargo após uma tentativa frustrada de impor a lei marcial, Yoon deveria ser detido para interrogatório. A operação foi liderada pelo Escritório de Investigação de Corrupção (COI), que, junto a 50 policiais, enfrentou um impasse de horas com o serviço de segurança presidencial e apoiadores do presidente afastado.
Um porta-voz do COI afirmou que a operação foi cancelada por volta das 13h30 (horário local) devido à resistência contínua no local. "Concluímos que seria praticamente impossível executar o mandado de prisão e suspendemos a ação para garantir a segurança das pessoas presentes", declarou à agência Yonhap.
Cerca de 100 apoiadores de Yoon estavam reunidos ao redor da residência para tentar impedir a ação dos agentes. Investigadores conseguiram ultrapassar a barreira formada pelos manifestantes e acessar o complexo residencial, mas foram barrados por uma unidade militar responsável pela segurança presidencial.
O tribunal de Seul emitiu um mandado de prisão contra Yoon após ele faltar a três convocações para interrogatório. As acusações contra o ex-presidente incluem insurreição, crime que pode levar à prisão perpétua ou até mesmo à pena de morte.
Em 3 de dezembro, Yoon decretou uma lei marcial que restringiu liberdades políticas e transferiu poderes aos militares, mas a medida foi suspensa seis horas depois. Ele defende que sua ação foi legítima.
Caso seja preso, Yoon será o primeiro presidente em exercício da Coreia do Sul a enfrentar essa situação. Ele ainda é considerado formalmente o presidente do país até que a Suprema Corte Constitucional decida sobre o impeachment aprovado pelo Parlamento.