Os Estados Unidos preparam-se para anunciar o envio de um pacote de assistência militar no valor de US$ 1,25 bilhão (aproximadamente €1,2 bilhão) para a Ucrânia, conforme revelaram autoridades norte-americanas nesta sexta-feira (29). Esse movimento ocorre em meio aos esforços do presidente Joe Biden para garantir ajuda substancial à Ucrânia antes de deixar o cargo em janeiro.
O pacote incluirá munições para o Sistema Nacional Avançado de Mísseis Superfície-Ar (NASAMS) e o sistema de defesa aérea HAWK. Também estão previstas remessas de mísseis Stinger e projéteis de artilharia de 155 mm e 105 mm.
Segundo fontes do governo, o anúncio oficial está previsto para a próxima segunda-feira. O envio utiliza a autoridade de retirada presidencial, que permite ao Pentágono enviar armas diretamente dos estoques existentes, acelerando o processo de envio.
O pacote chega em um momento crítico para a Ucrânia, que enfrenta uma nova onda de ataques russos direcionados à infraestrutura de energia. Apesar disso, Kiev relatou que conseguiu interceptar uma quantidade significativa de mísseis e drones lançados pela Rússia.
Na linha de frente, a batalha pela região russa de Kursk continua intensa, com Moscou reforçando suas tropas com milhares de soldados norte-coreanos enviados para apoiar suas operações.
A assistência militar à Ucrânia pode enfrentar desafios no próximo ano, com a posse do presidente eleito Donald Trump. Durante sua campanha, Trump criticou os altos valores destinados a Kiev e indicou que poderia buscar uma solução negociada para o conflito, possivelmente incluindo concessões territoriais por parte da Ucrânia.
Isso gerou preocupações entre líderes ocidentais, que temem que essa abordagem comprometa a soberania ucraniana e limite o apoio financeiro aprovado pelo Congresso.
Até o momento, os EUA já forneceram mais de US$ 64 bilhões (cerca de €61 bilhões) em assistência de segurança à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Além do novo pacote, o Departamento de Defesa ainda dispõe de cerca de US$ 1,2 bilhão em financiamento a longo prazo, destinado à aquisição de armamentos que serão entregues no futuro. Esse valor deve ser liberado antes do término do ano fiscal.
Especialistas acreditam que a nova remessa de armas ajudará a Ucrânia a fortalecer sua posição militar no campo de batalha e, potencialmente, em futuras negociações com Moscou.
O presidente Biden expressou compromisso em apoiar Kiev enquanto sua administração permite. “Faremos o possível para que a Ucrânia esteja pronta para decidir seu próprio futuro”, afirmou recentemente.