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Acidente
28/12/2024 18:00:00

20 anos do tsunami mais mortal: 3 lições aprendidas desde a tragédia na Ásia

20 anos do tsunami mais mortal: 3 lições aprendidas desde a tragédia na Ásia

Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto no Oceano Índico próximo à Indonésia gerou um tsunami devastador, matando cerca de 250 mil pessoas. Este foi o desastre natural mais mortal deste século e possivelmente o tsunami mais letal da história.

Especialistas em engenharia costeira destacam como o evento remodelou os sistemas globais de gerenciamento de desastres. Entre as lições aprendidas, três se sobressaem:

1. Avanço dos sistemas de alerta precoce

A falta de um sistema eficaz de alerta foi crucial para as mortes em 2004. Países como o Sri Lanka, atingido horas após o terremoto, não tinham estrutura para alertar a população.

Após a tragédia, foi criado o sistema de alerta de tsunamis no Oceano Índico, hoje operando em 27 países. Em 2012, ele conseguiu emitir avisos em apenas oito minutos após um terremoto na Indonésia.

No entanto, eventos como o tsunami em Tonga, em 2022, mostram limitações. Neste caso, o monitoramento inadequado de um vulcão subaquático atrasou a detecção dos sinais.

2. Educação e simulação são indispensáveis

Sistemas de alerta, sozinhos, não bastam. Campanhas educativas, simulações de evacuação e planos de resposta têm papel vital.

Exemplos como o vilarejo japonês de Jike, atingido pelo tsunami de Noto em 2024, mostram a eficácia do planejamento. Rotas de evacuação construídas após o tsunami de 2011, que devastou Fukushima, garantiram que não houvesse vítimas em Jike, mesmo com a destruição da vila.

3. Defesas de engenharia e novas abordagens

Após 2004, países investiram em muros marítimos, diques e quebra-mares. Embora úteis, estas estruturas não garantem proteção total.

O tsunami de 2011 no Japão, por exemplo, superou um muro de cinco metros em Watari, causando mortes e destruindo metade da cidade.

Hoje, busca-se projetar infraestruturas mais resilientes, capazes de minimizar danos e ajudar na evacuação, mesmo que parcialmente danificadas. Soluções naturais, como reforço de recifes de coral e plantio de florestas costeiras, têm se mostrado alternativas sustentáveis e eficazes.

Mudanças climáticas e os desafios futuros

A elevação do nível do mar e o aumento de eventos climáticos extremos, causados pelas mudanças climáticas, podem agravar os impactos de tsunamis.

Apesar dos avanços, ainda há lacunas no compartilhamento global de dados sobre tsunamis e na conscientização das comunidades em áreas de risco. A memória das tragédias também tende a enfraquecer com o tempo, dificultando a manutenção das boas práticas de prevenção.

O desafio é grande, mas o aprendizado contínuo pode reduzir os impactos de futuros tsunamis e salvar milhões de vidas.