Nesta segunda-feira (23), as gigantes japonesas do setor automotivo, Nissan e Honda, anunciaram o início de discussões sobre uma possível fusão. Caso o acordo seja concretizado, a nova empresa se tornará a terceira maior fabricante de veículos do mundo, ficando atrás apenas da Toyota, também japonesa, e da alemã Volkswagen.
O anúncio foi feito pelos CEOs das duas companhias durante um evento, onde ressaltaram que as negociações ocorrerão ao longo dos próximos seis meses. A Mitsubishi, que já possui uma aliança com a Nissan, também está sendo considerada como parte das tratativas.
“Hoje marca um momento crucial”, afirmou Makoto Uchida, CEO da Nissan, destacando que a fusão é uma medida essencial para manter a competitividade no mercado global.
Crise financeira motiva negociações
A Nissan enfrenta uma grave crise financeira desde o colapso de sua aliança com a francesa Renault, agravada pela prisão do ex-CEO Carlos Ghosn, acusado de fraude e má conduta financeira. Após as acusações, Ghosn fugiu do Japão antes de seu julgamento e atualmente reside no Líbano.
Nos últimos seis meses, os lucros da Nissan caíram 94% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que levou a empresa a anunciar cortes significativos, incluindo a demissão de 9 mil trabalhadores, representando 20% de sua força industrial.
Essa situação financeira complicada tem incentivado a Nissan a buscar alternativas estratégicas, como a fusão com a Honda, para enfrentar os desafios do setor e consolidar sua posição no mercado global.